Sonho

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Sonhava;

Andei por montes e campinas onde floresciam lindas rosas vermelhas.

Mas não eram rosas, eram cravos.

Não importa, eram rosas e cravos.

Eu caminhava no meio da boiada, que seguia um único boi;

Eu era mais um no meio do rebanho;

Não eram rosas e nem bois;

Eram cálidas as pétalas das rosas.

Eram gaúche as carrancas dos bois.

Quem dentre essa multidão que assiste a tudo,

quem dentre a multidão se levantará?

Quem dentre os bois?

Quem dentre as rosas?

Não há alma viva que vive torta.

Nem caminho que nunca tem fim.

Amor, sem carinho é sexo de prostituta;

Eu sonhei que eu andava por um pasto.

Onde estava uma boiada, comendo rosas e cravos.

Eu era mais um boi da boiada;

Mas em meu sonho, havia uma criança;

Seus olhos eram negros como o carvão.

Sua boca vermelha como o sangue;

Havia a esperança em forma de uma criança;

Mas eu não sabia dos bois;

Nem sabia das rosas e dos cravos;

Havia apenas eu e a criança;

Então, ela tomou minha mão e disse:

_Venha ser o dono dos bois;

Eu sonhei que era um sonho;

Mas o sonho era realidade; Eu vivia com os bois;

Eu comia as rosas e os cravos;

E houve mesmo uma criança;

E ela me levou; Não era sonho. Era sonho?

Não há mais bois nos campos.

Não há mais rosas nem cravos;

Só pétalas e chifres.

Pétalas e chifres

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