𝟷.𝟷𝟹 ☽ 𝐸𝑠𝑠𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠 𝑠ã𝑜 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑎

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Minha mente é uma casa na qual estou preso

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Minha mente é uma casa na qual estou preso

E é solitário dentro dessa mansão.

(NF)

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Seus olhos abriram-se de súbito.

As pupilas dilatadas encaravam em silencioso horror o teto à sua frente em meio à escuridão que o cercava. Tentou olhar em volta, mas seu pescoço simplesmente não mexia-se, assim como todo o seu corpo.

Ele estava paralisado.

Seus olhos assustadoramente grandes eram a única parte do seu corpo que ele ainda tinha algum controle, mas era difícil enxergar através das lágrimas que turvaram o cômodo escuro - apesar da luz suave do luar que adentrava pelas largas janelas que cobriam parcialmente toda a parede do que Felix reconheceu, em um pensamento oscilante em meio à neblina densa de pânico em seu cérebro, como sendo sua casa.

Era sua casa.

O pensamento deveria lhe dar algum alívio, mas o coração ainda esmurrava dolorosamente sua caixa torácica. A respiração rápida tremulava com um soluço subjugado pelo peso sentido sobre cada músculo do seu corpo.

Eu estou bem. Seguro. Minha mente só havia acordado antes do meu corpo, eu só preciso me acalmar.

Pensou em meio a neblina e escuridão porque era o que a dra. Kim havia lhe dito. E, racionalmente, ele sabia que ela estava certa.

Na escuridão, todavia, era impossível pensar com racionalidade. No escuro, ele pensava com a pele - úmido, pegajoso, rígido e frio, tão frio.

Eu estou bem. Seguro. Na minha casa. Sozinho. Posso me mexer, só preciso me acalmar.

Fechou os olhos com força e repetiu as palavras para si mesmo como um mantra, tentando sentir seu tato ou ao menos mover seus dedos. Uma tentativa inútil e rapidamente esquecida no momento em que sentiu um peso denso esmagar sua caixa torácica. O peso aumentou e aumentou gradativamente, tornando difícil respirar. Ele sabia, com um arrepio horrível que sentia subir por toda sua vértebra, que não estava sozinho.

Felix abriu os olhos, esperando despertar.

Uma figura sombria e sem rosto acima de si o encarava com seus olhos completamente ocos.

Ele gritou, mas nenhum som saiu de seus lábios imóveis. Podendo apenas olhar a coisa em cima de si, com vazios onde deveriam haver seus olhos e boca. Felix sabia que aquilo o encarava e, à medida que sentia o peso sobre seu peito aumentar esmagadoramente, podia jurar ver o sorriso estender-se assustadoramente apesar de haver uma grossa linha costurada onde deveriam haver lábios.

Solivagant • chanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora