Capítulo 29 - Strike

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Estava deitada no chão. Minha cabeça doía. O céu estava nublado, e o vento soprava forte, assoviando. Consegui me sentar com certa dificuldade.

Olhei para trás e pude ver um túmulo. Aproximei-me para poder ler o que estava escrito. Reli várias vezes para ter certeza. Mas era isso mesmo. Edward morreria hoje. Comecei a chorar, ali mesmo. Ouvi passos, mas não dei importância. Tinha que dar um jeito de evitar aquilo.

— É hoje que próximo morrerá — disse uma voz conhecida. Aquela mesma, tenebrosa, assustadora, masculina.

Desta vez ia me mexer. Virei para trás e o vi. Olhos carmesins, arrogante, cabelos castanhos escuros e curtos, roupas negras, sobretudo voava de um jeito magnífico, dançando ao vento.

Seus olhos me hipnotizavam, eram vivos, atentos a tudo. A tal cicatriz do lado direito de sua testa era visível, parecia até brilhar. E ele sorria perversamente.

— Você irá fazer isso? — as palavras misteriosamente saíram de minha boca.

— Sim — ele me olhava perversamente, me causando muito medo.

— Você não está morto? — temia a resposta.

Ele deu mais um sorriso perverso.

— Espere a escuridão chegar.


Danielle acordou sentando-se rapidamente, soltando um grito de espanto. Ficou feliz por estar sozinha em casa. Ninguém ouviu seus gritos.

Enrolou-se no cobertor, estava morrendo de frio. Não imaginava o que esse sonho poderia significar. Estava cansada com esses sonhos que deveriam ter parado com a morte de Daniel. Esses sonhos, pelo Robert disse, vem da ligação dos dois, por que ela ainda os tinha?

Começou a pensar no que viria no seu dia. Um simples boliche que a maioria dos colegas topou ir pois era um lugar que reabrira recentemente. Pensava em como ia se divertir nesse dia. Mas esse sonho só a deixou com medo de alguém morrer naquela noite.

Afinal, Daniel vivia em algum corpo? Isso era possível? Era a única explicação para os sonhos não terem cessado.

A cabeça de Danielle só doía com tantos pensamentos e preocupações.

— Alô? — indagou Taylor ainda sonolenta — Sabe que horas são?

— Sete e meia?

— Não, é hora de dormir. Sabia que existem jeitos de mandar mensagem sem acordar as pessoas?

— Preciso desabafar isso agora... Tive mais um daqueles sonhos...

— Não foi somente um sonho comum?

— Não. Sonhei com o túmulo de Edward e que Daniel mataria alguém hoje. Ele disse que o mataria o próximo hoje à noite...

— Que loucura! Será que isso... Irá... Mesmo acontecer? — dava para sentir um medo em sua voz.

— Espero que não...

— Para qualquer coisa, eu estou aqui. Você sabe que pode ligar a qualquer hora. Só não garanto um bom humor matinal...

— Obrigada. Mesmo sem nenhum humor matinal.

— A propósito, você vai hoje?

— No boliche? Vou sim.

— Posso ir à sua casa para nos arrumarmos?

— Claro. Vai ser divertido. Agora pode dormir — disse rindo. Se despediram.

Perdida em Mentiras e Lembranças l Trilogia HauntOnde histórias criam vida. Descubra agora