Perdida em Mentiras e Lembranças l Trilogia Haunt

Capítulo 16 - Seu Fim

A semana foi passando, e nada mudou. Danielle não sabia se isso era bom, pois estava com medo de Daniel estar ficando cada dia mais forte. Não sabia ao certo se estava se recuperando do uso da possessão ou se não sabia onde ela estava. Se fosse a segunda opção, poderia nunca mais vê-lo.

O lado ruim de não ter nenhuma mudança, para ela, era ainda não ter se declarado para Edward. Teve algumas tentativas frustradas, em que ela o chamava, mas ficava com nervosa de falar o que sentia quando seus olhos azuis escuros a encaravam, suas mãos gelavam e seu coração acelerava.

Mesmo não sabendo se era somente uma paixão escolar, queria falar o que estava sentindo. Sabia que era algo mais forte. Ela adorava a companhia dele, principalmente nas aulas que Taylor não estava.

A calmaria durou até o final de semana.

03/05

A água fria estava em todo lugar. Frio. Não conseguia mais nadar. Via a praia, mas estava muito longe para mim. Não conseguia me mexer. Estava afundando. Sentia frio. Tentava flutuar. Talvez eu chegue à praia.

Danielle acordou enrolada em seus lençóis, sentindo seu corpo afundar. Sentia gotas de suor gélidos sobre a pele. Voltou a dormir, seus olhos pesavam e a luz solar nem sequer se esgueirava pelas frestas da janela.

— Será mesmo que ele se afogou? — indagou Robert, depois dela contar o que havia sonhado de madrugada.

— Não sei, pareceu bem real...

— Sabe qual é a praia? — ele indagou esperançoso.

— Não faço a mínima ideia.

— Como ele estava?

— Cansado e com frio. Parecia que ia desistir...

— Será? — ele indagou duvidando que ele desistia.

— Não temos como saber, não é?

Sem nenhuma pista, tudo ficou como talvez um sonho.

04/05

— Alô — respondeu Danielle sentando-se no sofá.

— Robert Haunt está? — indagou uma voz calma demais.

— Sim, quem deseja?

— É o Vincent Moore. Preciso falar urgente com ele.

"Vincent, Vincent... Esse nome me é familiar.", pensou antes de levar o telefone sem fio para o andar de cima. Lembrou-se que ele estava no banho. Correu para o banheiro, batendo na porta:

— Que foi? Já tô saindo — ele gritou, desligando o chuveiro.

— Telefone para você! É um tal de Vincent! Vincent Moore! — gritava para ele entender. Falando em voz alta o nome parecia mais familiar ainda para ela.

— Passa o telefone — disse antes de sua mão emergir pela porta.

Ela entregou, e desceu as escadas, voltando ao sofá.

Ele terminou de se vestir e desceu, conversando ainda com Vincent:

— Obrigado pela notícia. Era só isso? — ele fez uma pausa, esperando a resposta de Vincent — Então está bem. Adeus e até a próxima — desligou o telefone.

— Posso saber qual era a notícia? — perguntou, tendo certeza de que ele não iria contar nada, como sempre fazia.

Ele suspirou, sentando-se e baixando a cabeça.