Ele suspirou pesado, tinha perdido tudo em apenas um dia, um único dia. Neji ainda não conseguia acreditar que pelo menos estava vivo e ter que encarar essa nova jornada solitária era assustador. Por um lado, sentia-se arrependido de ter revelado tudo e por outro sentia um alivio em sua mente e em seu coração. Todos na Vila estavam animados para o Festival das Luzes, ele também já foi um grande admirador desse evento, mas hoje se sentia incapaz de participar. Sentia que não merecia desfrutar desse evento, o recepcionista logo o reconheceu na entrada e mandou um dos mensageiros levar suas coisas para o quarto que ainda estava reservado em seu nome.
Neji agradeceu e foi para o bar, sem precisar pedir uma bebida o barman já lhe preparava exatamente o que queria. Um Kamikaze foi posto em sua frente, antes ele gostava apenas de saquê ou vinho, mas aquele homem o fez provar diversos drinks e esse tinha se tornado seu novo favorito. Pensou se o veria em sua última noite, mas era certeza que ele também estaria no Festival, sentiu um aperto no peito. Era seu último dia em Konoha e estava sozinho, se perguntou se realmente tinha amigos, por que ele não entendia como naquele momento poderia estar sozinho.
Uma lágrima rolou pela sua face e tentando engolir o choro que queria emergir, entornou a bebida de uma vez. Neji respirou fundo e pediu mais um drink, tinha poucas pessoas nas mesas de jogos, talvez poderia perder um pouco de dinheiro e foi para a mesa de poker. Jogou três rodadas falhas, ele nunca foi bom nesses tipos de jogos e nem se importou com a derrota, simplesmente deixou a mesa e foi para uma mesa pequena, escondida em um lugar quase esquecido daquele salão, tomar quantos drinks pudesse em seu casulo de solidão.
Pensou se deveria ir embora logo em vez de esperar até o dia seguinte. Não tinha coragem de contar ao seu sensei o que tinha lhe acontecido, Naruto e Hinata estariam ocupados por conta do Festival, seus sobrinhos e afilhado estariam se divertindo por aí, e aquele homem estaria sendo babá hoje. Sempre que respirava profundo sentia um rasgo em seu peito e uma vontade de chorar.
Já fazia uma hora que estava sentado naquela mesa, girando o copo vazio em suas mãos, sua cabeça estava em branco. Quando desistiu de permanecer ali, decidiu que iria para seu quarto, encher a banheira e ficar lá chorando até que não tivesse mais lágrimas. Durante o caminho uma ilusão ridícula surgiu em sua cabeça, de alguém lhe reconhecer e chamar para conversar, qualquer um, só precisava conversar trivialidades, esquecer da sua infelicidade.
Mas chegou ao seu quarto sem interrupções, trancou a porta, foi ao banheiro e encheu a banheira. Vagava pelo quarto se despindo, deixando suas roupas por todos os lados, um objeto brilhante chamou sua atenção, era um abridor de cartas. Olhando tão fixamente para aquele objeto uma ideia perturbadora cresceu em sua mente.
Estava infeliz e fez pessoas ficarem infeliz, não conseguia mais se enxergar naquele lugar, não se via mais com aquelas pessoas. Ninguém precisava dele, não tinha família, não tinha amigos, ninguém sentiria sua falta. Segurou aquele abridor em sua mão e o apertou com força, seria uma morte certa para alguém tão indigno.
Deixou o abridor na mesa e foi tomar banho, não sabia há quanto tempo estava naquela banheira olhando para o teto branco leitoso, sentia seu corpo dormente, afundou mais uma vez e decidiu ir dormir.
Quando se levantou olhou seu reflexo no espelho, nem ele mesmo reconhecia o homem que lhe olhava de volta. Aquele não era o Neji que imaginava que fosse, sua cara estava vermelha e os olhos inchados, se via patético e no impulso socou o espelho abrindo um corte na mão.
--Merda! - Praguejou alto. O corte em sua mão parecia profundo, tinha muito sangue, ele deveria tentar estancar, deveria cuidar daquele ferimento mais decidiu não fazer nada a respeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Sweet Hokage
FanfictionNeji Hyuga tentava afogar suas magoas e esquecer os sentimentos que tinha por Rock Lee, seus cabelos antes tão alinhados agora estavam um pouco bagunçados. Um homem em uma mesa oposta observou aquele rapaz de longos cabelos castanhos abraçando o cor...