Doze.

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Noah se aproxima de mim, com a cara nada boa.

Eu tento não rir, mas é quase impossível.

- Uma louca me bateu, sem eu ter feito nada. - Ele diz passando ao mão no rosto. - Ela disse que eu tinha engravidado uma menina. - Gargalho alto. - Por que está rindo?

- Só foi engraçado. - Respondo. - Você bem que mereceu.

- Foi você? - Ele me pergunta irritado.

- Não sei do que você tá falando. - Dou os ombros, me afastando dele mas ele segura o meu pulso me fazendo virar.

- Qual o seu problema garota? - Ele grita irritado.

- Você mereceu por me chamar de cachorro. - Grito também tentando me soltar. - Me larga imbécil!

- É assim que você me paga? Eu vim até aqui te ajudar. - Ele me solta. - Você é uma pirralha mesmo.

Ele passa por mim andando rápido.

-  Onde você vai? - Pergunto indo atrás dele.

- Para longe de você. - Ele diz. - Não siga.

- Vai me deixar aqui? - Pergunto sem acreditar.

- Se vira, já que é tão esperta.

Eu paro de andar sem acreditar. Vejo ele se distânciar e depois sumir da minha vista.

Idiota. Não sabe brincar. 

Pronto um lugar para sentar e cruzo os braços irritada.

Ele vai ter que voltar pa me buscar. Senhor Urrea não vai permitir isso.
_______________

Três horas se passaram e o Noah não apareceu.

Meu estômago já roncava de fome e eu já estou me sentindo insegura.

Eu não tenho dinheiro e nem sei o endereço de casa. 

Talvez devesse ter ido atrás do idiota e pedido desculpas, eu nem achei que ele ficaria tão irritado.

- Oi.

Encaro a mulher na minha frente. Ela é a mesma atendente que me atendeu mais cedo na loja do celular.

- Oi. - Respondo.

- Eu não quero ser intrometida, mas eu reparei que você já está a um bom tempo sentada aqui. Você está bem? - Ela me pergunta.

- Sim. - Respondo. - Eu estou esperando o Noah.

- Noah é aquele que veio com você? - Ele me pergunta e eu confirmo - Já faz muito tempo que ele saiu, tem certeza que ele vai voltar?

Não.  Eu não acho que ele volte.

- Você quer que eu ligue para alguém vir te buscar? - Ela me pergunta.

Seria uma ótima ideia, se eu tivesse algum número.

- Eu acho que não tenho o número de ninguém. - Respondo.

- Você não sabe onde você mora? - Ela me pergunta. E eu nego. - Aquele cara era o seu namorado?

- Não, eca. - Digo imediatamente. - Se aquele cara fosse o meu namorado eu cortaria minha cabeça fora.

- E então, o que ele é seu? - Ela me pergunta.

- Ele é o filho... - Penso no que responder. - Do meu tio.

- Então ele é seu primo?

- É, mais ou menos. - Digo.

- Vocês moram juntos? - afirmo. - E você não sabe onde mora?

About The Boy. - cancelada.Onde histórias criam vida. Descubra agora