Quatorze.

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- Nome. - O polícial na minha frente me pergunta.

- Noah Jacob Urrea. - Respondo sem a mínima vontade.

É inacreditável essa situação.

- Urrea? - Ele me olha.

Provavelmente me associou ao meu pai. Dizem que o sobrenome pesa. Deve ser verdade.

- É. - Digo olhando para as minhas mãos. - É nescessário mesmo essas algemas? Eu não vou fugir.

Eles estão me tratando como se eu fosse um bandido.

Ele me ignora voltando a atenção para o notebook.

- O senhor está sendo processado pelo Big hotel, em uma dúvida de mais de duzentos mil, certo? - O polícial também não estava sendo educado. Eu concordo com a cabeça.

- Mas eu não estava tentando passar a perna, eu ia pagar. - Me defendo.

Eu não ia pagar, mas eles não precisam saber a verdade.

- Podemos fazer um acordo. - O gerente que até agora estava calado resolveu falar.

- Que tipo de acordo? - Não parece que eu vou ganhar alguma coisa com esse acordo.

- Deixaremos tudo isso para lá, se você assinar uma promissória. - Ele diz simples.

- Promissória? - Pergunto sem acreditar, nem louco aceitaria isso.

- Uma promissória de trezentos mil. - Ele diz. - Te daremos um mês para que pague tudo.

- E se eu não pagar? - Pergunto.

- Terá que pagar, ou entrará em uma dessas celas e terá um processo em seu nome. - Ele sorri.

Desgraçado, com certeza ele planejou isso.

- Não, vou assinar nada
- Respondo.

Ele dá os ombros e vira falando com outro homem. Parece ser o advogado dele.

Assinar uma promissória significa que eu estarei nas mãos deles. Como a minha assinatura eles podem receber qualquer dinheiro do meu pai. 

Eu preciso de ajuda de alguém, para resolver isso.

- Eu não tenho direito a uma ligação? -  Volto a minha atenção ao polícial no notebook.

Geralmente nos filmes sempre os culpados ligam para alguém. E eu como um cidadão tenho esse direito.

- Não anda assistindo muitos filmes? - Ele me pergunta debochado.

- Eu sei que é um direito meu. - Respondo. - Exijo uma ligação.

- Tá. - Ele revira os olhos. - Alguém trás um telefone para o alecrim doutorado?

Ouço todo rindo, isso já é abuso de poder.

Dois minutos depois um dos polícias me entrega um celular e me diz que eu só tenho cinco minutos.

Disco o número do meu irmão o mais rápido que posso, esperando que ele me atenda.

- Alô? - Escuto a voz do Josh, nunca fiquei tão feliz em falar com ele.

- Josh, sou eu Noah. - Digo rápido.

- Noah? Mudou de número?

- Não, esse número não é meu, eu estou meio que precisando de sua ajuda. - Digo um pouco baixo. Eu sou muito orgulhoso, não gosto de pedir ajuda.

- Ajuda como o que? Você está sem dinheiro não é? - Ele ri. - Eu já estava estranhando você não ter ligado ainda.  Até que demorou.

Idiota.

About The Boy. - cancelada.Onde histórias criam vida. Descubra agora