O começo de Tudo

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Olá, meu nome é Hugo, tenho 37 anos, sempre fui um cara muito estudioso, aquele cara nerd sabe?.

Moro sozinho em uma casa simples e pequena, deixada pela minha família os Vieiras, onde eles estão agora? bom, eu procuro essa resposta até hoje. Se sinto falta deles? E a resposta é sim e não.

Sim porque eu era muito amado pela minha família e eu também os amava.

E não porque... Bom esse motivo, tem me perturbado há 21 anos e ainda não sei bem a resposta.

Naturalmente, agora o amor vivi lado à lado com o ódio, mesmo que seja só um pouco e esse sentimento de amor e ódio, que carrego até hoje.

Durante minha vida experimentei coisas boas e outras extremamente ruins, as quais não consigo apagar da minha memória. Simplesmente quero esquecer, quem eu sou e o que me motivou à querer ser tão ambicioso, virei minha vida de ponta cabeça, perdi pessoas importantes, não sei se aguento viver assim. Contudo, vocês querem saber os motivos que me deixaram assim?

Quero compartilhar com vocês, toda minha vida, meus anseios e secretos mais íntimos. Eu tinha 16... quase 17 quando tudo começou.

Era uma manhã linda com sol radiante batendo em minha janela, acordei cedo, tomei um longo banho, e desci para tomar meu café antes de ir a escola. O clima não era dos melhores em casa, o caso era que todos estavam com uma cara de tristeza sem motivo aparente, tentei animar as coisas um pouco, dialogando.

— Bom dia! Estão todos bem?

Silêncio total. Eles pareciam não estar me ouvindo nem sequer olharam-me. O que eu fiz de tão errado ontem?

Tentei, mais uma vez quebra esse silêncio que pairava o ar.

— Vocês estão me ouvindo? Alguém? — o que está acontecendo aqui nesta casa?
— É uma piada? Só pode ser, vocês são engraçados, mas já podem parar.

Silêncio

— Sério que vocês não vão falar nada? Vamos parar com essa piadinha que já perdeu totalmente a graça.

— Pai, o senhor não tinha que estar no trabalho a essa hora?.....Pai?

Mais uma vez o silêncio dominou.

— Pai, até você? Chega, não acha? Eu não me lembro de fazer nada de errado e se eu fiz peço desculpas.

Eles continuam me ignorando, não parecia nem que eu estava ali.
O quê será que aconteceu com eles? até ontem estava tudo normal, até onde eu me lembro estávamos falando sobre um assunto importante, e ríamos o tempo todo... Não consigo compreender esse silêncio. É como dizia a frase de Nipsey Russell.

Nada grita mais alto que o som do silêncio.

Entendi da pior maneira.

Terminei meu café da manhã e subi. Fui me trocar para ir a escola, pensando: o que de tão mau eu havia feito pra merecer aquilo? Aquele silêncio todo... eles bem que poderiam dizer um simples "oi". Até um bom dia já serviria. Terminei de me trocar e desci e eles continuavam lá, à mesa do café e mais uma vez tentei conversar. Perguntei várias e várias vezes, mas continuaram no mutismo coletivo.

— Okay! Não querer falar comigo? Também não quero mais falar com vocês — menti e sai com a mochila, indo em direção à escola sem entender nada.

A única coisa me deixou mais tranquilo foi quando passei na casa do meu amigo Barry. Ele mesmo atendeu à porta, falando comigo, bem... pelo menos ele, falava comigo!

— Oi, Barry, bom dia! Tudo bem?

— Hugo! bom dia! tudo bem sim cara, mas já deu pra perceber que você não ta nada bem, está meio triste, o que aconteceu?

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