Escuridão

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Sem amor, teremos ódio. Sem calma teremos raiva. Sem luz, escuridão teremos. Todos distintos, mas todos ligados. Uma teia pequena e sem importância cresce em nós com centro na escuridão. Poderíamos limpá-la, poderíamos não deixá-la crescer. Mas antes mesmo de sabermos que esta marca presença em nós, já ela nos consumiu e prendeu tudo o que mantinha nossa alma viva. Esperança e fé carregam uma tocha de luz, aparentam ser inquebráveis. Mas até o mais luminoso fogo tem a sua hora de se apagar. Escuridão impiedosa, forte e resistente. Tudo o seu ponto fraco mostra. Escuro frio e sem dó, um tormento carinhoso, até ao fim nos acompanha. Quando nada mais nos resta, a escuridão nos guiará. Pelas profundezas dos rumos esquecidos, uma vez antes pisados mas não mais lembrados, e nunca ao mundo revelados. A esperança que nos destrói, aos poucos vai nosso sere corroendo e o passado distante esquecendo. A fé que no final do túnel brilha, aos poucos se apaga, deste mundo se descarta. Lentamente por dentro morrendo, o que amamos esquecendo, e nossas crenças abandonado.

A claridade da escuridão nossa vista ofusca, a dor aos poucos se esvanece. A liberdade da prisão de correntes de falsa confiança e enganosa filosofia de bem estar. O amor que não mais nos cerca, não mais falta faz. Quem falta de nós sentirá? Se nunca ninguém antes connosco se importou, antes dá escuridão cairmos, como podemos nesses mesmo confiar? Fé deles retirar, e em um caminho de luz confiar? Nada mais nos resta quando traídos somos, quando de caridade nos ausentamos. Não cremos no que nos tornamos, mas não negamos aquilo que aos poucos nos transforma-mos. Aos poucos mudando. Em demónios da noite nos convertemos. Pela madrugada a dentro com nossas lágrimas, a escuridão alimentamos, ela criamos, dela cuidamos, assim como ela de nós cuida. Assim como ela é a única, que neste mundo de miséria e desgraça em pedras de amizades sem penas de amor, de nós cuida e nos protege. Aquilo que nos tornamos, em busca de ser aceites, mas aquilo que poucos sabem é que a única aceitação que buscamos, quando na escuridão vagamos, é o nosso próprio perdão perante nós mesmos.

No Altar do PensarOnde histórias criam vida. Descubra agora