Capítulo V

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- O que é que te deu para fugires do hospital Íris? Tu não percebes que ainda não recuperas-te totalmente do acidente.- Diz a minha mãe furiosa vindo até mim juntamente com um homem que não conheço de lado nenhum.

- E querias que eu fizesse o quê? Ficasse a olhar para a tua cara enquanto te fazias de boa mãe e eu não sabia do meu pai.

- Eu sei que isto está a ser muito difícil para ti, ele era teu pai é normal que sofras e muito, mas fugires não te vai ajudar em nada, pelo contrário ainda vais piorar a tua situação.- Diz calmamente enquanto se vai aproximando de mim.

- Tu não percebes nada nem sabes o que eu estou a sentir, porque tu não estiveste connosco para teres o mínimo de capacidade para entenderes.- Digo furiosa, mas quem é que ela pensa que é para me dizer estas coisas, ela foi embora, abandonou-me, porque eu a devia ouvir.

- Eu sei que fui embora filha e eu sei que também não posso mudar isso.- Diz dando um suspiro.- Mas deixa-me ajudar-te vamos para o hospital.

- Eu não vou a lado nenhum contigo. Tu durante nove anos não te interessaste por mim, mas do nada ligas ao meu pai e pedes-lhe para ir passar as férias contigo como se fosse te aceitar de braços abertos enquanto tu durante estes anos tinhas-me trocado pela tua perfeita família.- Digo já com raiva.

- Eu não fui embora porque tinha outro homem, Íris, eu fui porque eu não aguentava mais o casamento com o teu pai, nós ainda tentava-mos por ti, mas não dava mais, o teu pai ainda insistia mas ambos sabíamos que já não havia mais nada a fazer por nós dois.- Diz.

- Tu podias ter-te divorciado dele e continuares comigo não era porque o vosso casamento acabou que eu é que tinha de sofrer as consequências.- Digo.

- Eu sei Íris esse foi um dos piores erros da minha vida e eu sei que não os posso concertar, mas volta para o hospital lembra-te da cirurgia os pontos podem se soltar.

- Eu não quero ir contigo para lado nenhum.- Digo enervada.

- Íris, tu vais ter de ir comigo, quer queiras quer não, tu agora não tens ninguém para ficar, automaticamente fico com a tua guarda.- Diz-me fazendo realmente enervar-me.

- Mas é que nem penses. Eu daqui não saiu e muito menos para ir contigo, ainda queres-me esfregar na cara de perto o quanto bem estás na vida.

- Claro que não filha, mas tu só tens dezasseis anos, não és ainda maior de idade, ou ficas comigo ou vais para uma instituição até completares dezoito anos.

- Prefiro a instituição do que ficar contigo.- Digo cruzando os braços irritada fazendo com que uma dor surja no sítio da cirurgia.

- Pois Íris, mas tu nessa idade não sabes nada, portanto entra no carro agora.- Diz furiosa indo até ao carro abrindo a porta traseira.

- Caso ainda não tenhas reparado tu não mandas em mim.- Grito sentindo uma dor ainda mais forte.

- Pois minha menina sinto desiludir-te mas a partir de agora mando, eu sei que isto é difícil para ti e eu estou a tentar manter a calma contigo porque estás num momento frágil, portanto entra no carro.- Diz, eu a esta altura já não conseguia segurar mais a dor.

- EU JÁ DISSE QUE TU MAN... AI.- Caindo de joelhos no chão cheia de dores na parte das costelas onde foi a operação.

- ÍRIS!- Minha mãe vem a correr até mim juntamente com o homem que estava com ela.

Ele pega-me no colo e vê a minha camisola que antes era branca na parte das costelas cheia de sangue.

- Ela arrebentou os pontos temos de a levar para o hospital agora.

Perdida nas tuas ondasOnde histórias criam vida. Descubra agora