POV Íris Scott
Um mar de memórias começa a passar na minha mente como um flashback de tudo o que já vivi, momentos bons e maus, desde o dia mais feliz da minha vida: o dia em que aprendi a surfar com o meu avô, ao pior dia: o dia em que a minha mãe nos deixou, deixando apenas aquele colar de conchas e aquela carta que nunca fui capaz de ler...Do nada acordo, olhando ao meu redor, avistando tudo branco, perguntando-me se morri. Nesse momento ouço uma voz distante que para minha admiração me é bastante familiar.
-Chamem alguém, a minha filha acordou... - Diz a voz distante. -Íris.
- Onde é que eu estou?- Digo ainda um bocadinho sonolenta olhando para os lados.
- Calma meu amor, agora está tudo bem.- Diz uma voz conhecida, mas que não consigo reconhecer.
- Onde está o meu pai?- Pergunto depois de me lembrar do que aconteceu.
- Está tudo bem querida, descansa e depois nós conversamos.
-Não, eu quero saber do meu pai, onde é que ele está, quem é a senhora e porque é que eu estou aqui?- Pergunto começando a alterar-me.
- Íris depois nós falamos quando estiveres mais calma.- Diz a mulher à minha beira, que eu ainda não consegui reconhecer.
- NÃO, EU QUERO O MEU PAI, ONDE É QUE ESTÁ O MEU PAI! – Digo já alterada.
- Calma meu amor- Diz tentando a todo o custo me acalmar.- Enfermeira, ENFERMEIRA.- Grita fazendo com que duas enfermeiras e acho que um médico entra na sala assustado.
- Vamos ter de sedá-la mais um pouco ela ainda está muito agitada.- Diz um médico.
- Não, NÃO, eu quero o meu pai, chamem o meu pai.- Digo começando a chorar e a espernear-me, quando uma enfermeira chega com uma seringa e injecta-a no braço, fazendo com que eu comece a ficar sonolenta.
- E-eu quero o meu pa... - Digo adormecendo logo em seguida.
POV Elsa Mendes Scott
- Ela vai ficar bem doutor?- Pergunto olhando para a minha menina, a minha linda menina, que hoje já não é mais uma criança como quando eu a deixei para trás juntamente com a vida que eu partilhava com ela.
Até hoje me arrependo amargamente da decisão que tomei, fugir com o homem por quem estava loucamente apaixonada depois de um casamento fracassado, o meu casamento com o Eduardo já não era mais o mesmo desde o nascimento da nossa filha, com o tempo parecia que só estávamos juntos para não a fazer sofrer e para mim isso já era o fim, pois eu não queria que a minha filha crescesse numa grande mentira que era o casamento dos pais, mas também iria custar-me muito vê-la perguntar-me porque é que eu e o pai dela não estávamos mais juntos, ou ela ver os pais dos colegas dela os levarem à escola e ela ver que os dela nunca seriam assim.
Eu sei que o que fiz foi imperdoável, eu nunca devia ter abandonado a minha filha para fugir com outro homem, pois sabia que um dia mais tarde ela iria saber da minha fuga e odiar-me para o resto da vida por tê-la trocado pelo meu atual marido.
Hoje em dia moro no Algarve com o Duarte e os seus dois filhos, o Tomás e a Emma, que tinha o nome da falecida mulher e mãe dos filhos de Duarte, durante todos estes anos foi impossível não olhar para Emma e pensar na menina que tinha deixado para trás ainda tão pequenina, mas eu não sabia o que iria acontecer, nunca pensei que quando fugisse para o Algarve à procura de emprego encontraria Duarte e que o mesmo me oferecesse um lugar na sua empresa como sua secretária e que um dia um cliché acontecesse com a secretária e o seu chefe.
- Bem, o estado clinico da sua filha está bom apesar de ela ter perdido algum sangue no acidente não há nada com que havemos de nos preocupar, agora eu estou mais preocupado por causa da notícia que teremos de lhe dar.
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Perdida nas tuas ondas
RomanceÍris tinha uma vida perfeita.... quer dizer quase perfeita, se não fosse a ausência da sua mãe. Mas tudo isso muda depois de um trágico acidente, que a leva a viver com ela para o Algarve. Ela sabia que esta mudança ia ser difícil, talvez pela dist...