Capítulo 8 e 9

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Hunter, Hunter, Hunter...O que seria aquilo que lhe prendia tanto na face daquele misterioso homem que você havia esbarrando no Jardim.

Quem era aquele cavaleiro de armadura dourada que lhe segurava em seus braços naquela noite escura impedindo que seu corpo fosse de encontro ao chão.

Afinal por que sua nítida transparência com apenas um olhar poderiam lhe anunciar segredos omitidos por trás daquela armadura brilhante e bem lustrada? Por trás daquela mente vagante pela escuridão.

Quem seria esse homem que havia levado junto para si um pedaço de sua mente?

Pois por mais que seus olhos tivessem se encontrado somente uma única vez, isso não impedia sua mente curiosa de se questionar centenas de coisas sobre aquele homem durante horas.

Aquelas tais horas que seriam feitas para você se recuperar de sua dor física, mas que foram gastas para focar em apenas um único ser.

Hunter.

Pela primeira vez em dias havia chegado uma manhã chuvosa em seu local de cativeiro.

O céu estava mais escuro que o habitual, e uma densa névoa branca cobria toda a região terrena que seus olhos captavam.

As vezes era possível ouvir assobios e sussuros assustadores do vento no interior de toda a mansão, como se lhe quisessem anunciar algo.

Aquela manhã você não conseguira pregar seus olhos devido a imensa crise de insônia que estava tendo. Você só conseguia ficar sentada na cadeira de veludo preta que ficava rente à varanda do seu quarto.

Seus olhos não desprendiam da rua que transmitia uma visibilidade mórbida.

"A minha única visão possivel que não é somente o interior da mansão e sim a melhor possível no momento. A Torre Eiffel" Você pensou seguidamente após tomar um gole quente de seu chá de ervas verdes matinal.

Seus dias em cativeiro se tornaram tão tediantes, que observar a chuva caíndo nas extensas ruas de "Paris" se tornou uma das maiores diversões momentâneas no dia atual.

Você via a mínima movimentação nas ruas, parecia que a cidade fictícia de Paris em que você se encontrava havia ficado deserta por causa da chuva.
Como se isso assombrasse a população que rapidamente se escondiam em suas casas feito animais medrosos se mantendo protegidos do que achavam ser uma tempestade desastrosa.

Talvez pudesse ser algo desconhecido a eles, já que não são habituados a uma vida humana como você, que vivera em um mundo repleto de chuvas intensas, ventos fortes, terremotos, calor intenso, tsunamis e vulcões em erupção.

Algo tão banal para você, mas tão diferenciado a eles.

A chuva para você representava poder.
O poder de renascer, fluir, manter, conter, sentir, destruir.

Sua mãe desde que você era pequena, lhe contava historias sobre a chuva antes de dormir, historias que ela passou até seu último dia contando a você antes de partir.

Lhe dizia que devido as intensas decepções e tristezas que os seres humanos proferiam para o proprio Deus, ele se sentia tão magoado com as ações de seus próprios filhos que derramava lagrimas puras acima dos céus, para que assim viessem em forma de chuva para tingir os humanos com um pouco de sua pureza, na esperanças em que eles se disvirtuassem mais do pecado e lhe trouxessem alegria.

Mas que com o passar dos séculos, a humanidade se corrompia cada vez mais, e as lagrimas de deus começaram a cair com furia sobre a terra. Assim surgindo enchentes, avassaladoras!

Assim como as águas possuem poder de criar, e renascer a original forma da natureza. Ela pode destruir em furia total, contra os únicos causadores de sua deterioração, os humanos.

My Baby (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora