Billie é uma novata isolada de todos, a garota que sempre foi sozinha, sempre gostou da solidão e de sua própria companhia.
E mesmo que Billie fosse considerada por todos a garota sem sentimentos, ela era apaixonada pela popular da escola, por mais...
— É só você fazer esse cálculo que logo vem o resultado. — Expliquei apontando o lápis para o caderno do meu irmão.
Estava ensinando essa matéria a horas, acho que perdi o dia todo só fazendo isso.
— Mano, eu tô morrendo de cansaço...— Meu irmão boceja, fechando o caderno.
— Acho melhor dormirmos, já são dez horas! — Encarei meu relógio e ele me olhou espantado.
— Isso tudo? Credo!– Ele levanta e organiza suas coisas.
— Aí man, coloquei o dinheiro do seu lanche em cima da mesa, dá para uns três dias.— Ele sorriu e eu também, se aproximou e me abraçou de lado.
— Valeu, mana!
Ele entra no quarto e eu sento no sofá, pego meu celular e começo a olhar o Instagram da Ariana. Ela postou foto nova hoje, tão perfeita.
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Nesses últimos dias a Ariana é a pessoa que mais fala comigo, que faz questão de estar comigo.
Sempre quis ficar sozinha, sou muito tímida e meu estilo assusta muita gente. Quando Ariana entrou em minha vida, ela me mudou, estou mais alegre e extrovertida, a minha timidez está se esvaindo aos poucos.
Essa garota é um anjo na minha vida, com certeza.
— Salve, Imprestáveis!! — Ouço a voz do meu pai juntamente com o barulho da porta sendo aberta.
Ele tá bêbado, sua voz embargada e a bebida em sua mão dava a prova real disso.
— E aí, Cara. — Eu me levanto do sofá, cruzando os braços.
— É assim que fala comigo, garota?
— Você quer o quê? Respeito? – Gargalhei sem um pingo de humor, ele me encarou incrédulo. — Isso só pode ser uma piada. Não cobre o que você não faz.
Ele negou com a cabeça e foi até a cozinha.
— É bom que a janta esteja pronta...
— Não, não tem janta pronta, eu dei dinheiro para a Beverly sair com as amigas e ela jantou, comprei comida para mim e para o Finneas.
— E eu? – Ele me encarou com os olhos vermelhos e dei de ombros.
— Você vai ter que se virar!
— Você está debaixo do meu teto, não se esqueça! – Fiz uma cara de deboche e soltei um riso, ele vai ter que me escutar.
— Não, eu não estou debaixo do " Seu " teto. – Fiz aspas com os dedos.— Me diga, quem terminou de comprar a casa? Eu! Quem compra comida todos os dias? Eu! – Apontava para meu próprio peito e ele não deixava de me encarar. — Quem sempre arruma a casa? Eu ou os meninos! Então fique sabendo que você está debaixo do meu teto, se você acha que vai ficar vagabundando por aí para depois chegar em casa e achar que pode fazer o que quiser, está errado!– apontei para a cara dele, que morria de raiva.— Não pense em encostar um dedo nos meus irmãos, senão você está fora dessa casa!
