7 - Fique comigo

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Rin POV:

No primeiro mês eu esperei com calma a volta do Sesshoumaru-Sama. Ele disse que voltaria e as coisas não pareciam tão ruins entre nós quando da última vez. Segui com as minhas tarefas normalmente e não me preocupei muito, apesar de sentir falta dele.

No segundo mês meus sentimentos começaram a balançar. Já tinha acontecido antes do Sesshoumaru-Sama ficar fora por algum tempo, mas em meu coração começava a surgir a dúvida sobre o futuro. Será que estava arrependido do que fez? Eu fui ficando mais e mais apreensiva, até que no terceiro mês, eu tinha certeza de que ele voltaria apenas para dizer que o que havia acontecido entre nós era um erro e ele seguiria sua vida como sempre, me deixando aqui no Vilarejo.

Eu não tinha coragem de conversar com ninguém sobre o que sentia e sempre que me perguntavam sobre o Sesshoumaru-sama eu dava respostas evasivas para que não me perguntassem mais. Kagome, a vovó Kaede e até Kohaku perceberam que eu estava diferente, tinha emagrecido e passava a maior parte do tempo em silêncio perdida em minha própria ansiedade.

Em um fim de tarde, já no começo do outono, eu cuidava dos três filhos de Sango e Miroku quando eles voltaram de mais um trabalho, acompanhados de Kohaku.

- Rin-chan! Ficou tudo bem por aqui em nossa ausência? – Perguntou Sango sorridente, nem parecia que tinha acabado de lutar contra um youkai perigoso.

- Tudo certo, as crianças se comportaram muito bem e eu já dei o jantar a eles. – Respondi forçando um sorriso e reparando que Kohaku me observava de um canto da sala.

- Muito obrigada, Rin-chan! Não sei o que faríamos sem você! – disse ela, passando um braço ao redor do meu pescoço em um gesto carinhoso.

- Imagina, Sango... agora é melhor eu ir, vovó Kaede está me esperando. – disse eu numa voz distraída.

- Tem certeza? Você parece tão tristinha ultimamente, Rin... não quer ficar e conversar um pouco?

- Não, não... eu só ando um pouco cansada, é isso. – menti – Até, Sango-chan! Me chame se precisar de alguma ajuda com as crianças.

- Fique bem, Rin. – despediu-se.

Cruzei a porta e já estava no jardim da casa deles quando senti que alguém vinha atrás de mim. Olhei para trás e vi Kohaku apressando-se em minha direção.

- Rin-chan! Espere, por favor! – disse ele ainda a uma certa distância

- Kohaku? Aconteceu alguma coisa? – eu estranhei essa súbita pressa de falar comigo.

- Rin... eu preciso falar com você... Se importa se eu te acompanhar? – fiz que não com a cabeça e ele continuou – Rin, você parece tão infeliz ultimamente, eu estou preocupado com você.

- Não precisa se preocupar, tudo está como sempre foi. – Respondi. Na verdade, o problema era justamente esse: nenhuma mudança e o meu coração implorava por uma.

- Rin... É o Sesshoumaru-sama, não é? Você gosta dele como homem... – disse Kohaku fitando o chão enquanto caminhávamos.

- Kohaku! O que é isso agora?! Eu não vou discutir isso com você! – exclamei, subitamente irritada pelo constrangimento.

- Não interessa se você vai admitir ou não, sinceramente. Há muito tempo eu percebo que você já não olha para ele do mesmo jeito que olhava quando éramos crianças. Há muito tempo que percebo que você olha para ele de um jeito que nunca olhou para mim.

Fiquei muda ao ouvir suas palavras e não consegui continuar a andar. Kohaku virou-se para mim e continuou:

- Eu nunca tive coragem de me meter, mas vendo você perder o seu brilho a cada dia, eu sinto que tenho que te falar, Rin. Eu poderia fazê-la feliz se me desse a chance. Eu não a abandonaria e poderia lhe dar uma vida tranquila aqui no Vilarejo. Nada me faria mais feliz do que tê-la ao meu lado. – disse ele, agora extremamente corado.

Mudanças de RumoOnde histórias criam vida. Descubra agora