14 - Mini capítulo: Véspera

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Rin POV:

Era um dia típico do começo da primavera. O sol brilhava e não havia nuvens no céu, porém uma brisa gelada ocasionalmente corria pelo Vilarejo. Eu não costumava dormir com Sesshoumaru na cabana, então acordei na casa da Vovó Kaede e tratei de me aprontar pois a qualquer momento ele chegaria. Íamos visitar a casa – nossa casa – mas depois eu ainda tinha muito do casamento para aprontar.

Eu logo estava pronta, usava um quimono simples e os cabelos soltos, sentada na varanda da frente esperando por ele. Moshi repousava tranquilamente em meu colo e ronronava conforme eu acariciava suas orelhas laranjas e felpudas. Apesar da aparente calma daquela cena, eu estava inquieta, ansiosa para ver logo a casa que ocuparíamos a partir do dia seguinte. Moshi acordou de sobressalto e eu soube que Sesshoumaru se aproximava.

- Sesshoumaru! Bom dia! – disse eu, levantando rapidamente e espanando os pelos de Moshi das minhas roupas.

- Rin. – disse ele me observando por um segundo. Seus olhos dourados brilhavam com a luz do dia. – Podemos ir?

- Vamos! Eu estou tão ansiosa para ver! – disse eu começando a caminhar ao seu lado.

- Bom, falta menos agora. – disse ele pousando uma mão em meu ombro e dando um meio sorriso.

Caminhamos pelo Vilarejo, eu cumprimentava a todos e vez ou outra parava para responder algo sobre o casamento. Sesshoumaru limitava-se a assentir com a cabeça quando lhe dirigiam a palavra, mas não parecia particularmente contrariado com as interações.

Após alguns minutos de caminhada, chegamos a uma casa com varanda, que não se diferia muito das outras do Vilarejo, exceto por seu tamanho. Eu visitara a construção muitas vezes, mas agora que estava pronta, parecia me engolir de tão grande. Sesshoumaru me deu a mão e guiou-me pelos degraus da frente, abrindo a porta que dava para a ampla e iluminada sala. Era linda e minhas mãos tremiam ao constatar que aquilo realmente estava acontecendo.

Sesshoumaru POV:

Os olhos de Rin brilhavam ao percorrer a casa. Ela não parava de fazer planos para cada cômodo e reparava em cada detalhe como se aquela fosse a primeira casa que visitava na vida. Era pequena e parecia ainda menor e mais delicada naqueles grandes cômodos. Eu não podia evitar de sorrir ao vê-la tão radiante e cheia de ideias.

- Olha só! – disse ela abrindo a porta dos fundos – Aqui atrás tem um ótimo espaço para um jardim! Vou começar assim que mudarmos. Posso plantar algumas ervas aqui e lá na frente algumas flores, o que acha? – perguntou ela empolgada e eu sabia que em sua cabeça já começara a listar as diferentes mudas que precisaria.

Assenti com a cabeça, observando um pouco mais a empolgação em seus olhos.

- Eu acho que o jardim que minha esposa quiser, ela terá. – disse eu me aproximando e afastando uma mecha de cabelo que caía em seu rosto. Ela deu um sorriso tímido e desviou o olhar ao ouvir a palavra "esposa". Mantive meu olhar sobre ela e com um toque levantei seu queixo para que olhasse para mim novamente. – Você é adorável, Rin. Eu me sinto... feliz por ter você como minha esposa.

- Sesshoumaru... – disse ela sustentando meu olhar –Você me faz tão feliz! E a partir de amanhã sei que seremos muito mais.

- Venha, tem uma parte que você ainda não viu. – disse eu tomando-a pela mão.

Guiei-a pelo longo corredor onde ficavam os quartos, até chegar ao último, que também era o maior: o nosso. Afastei a porta de correr e fiz sinal para que ela entrasse.

- Esse é o nosso...? – disse ela voltando-se para mim

Confirmei com um aceno de cabeça.

- É enorme! – ela agora ria um pouco – quanta gente vai dormir aqui?

- Só nós dois. Ninguém mais. – disse eu puxando-a pela cintura.

- Poxa, nem mesmo Moshi? – disse ela com um olhar pidão.

- Só nós dois. – Repeti com bom humor.

- Nem mesmo nos dias de chuva? – disse ela juntando as mãos como se implorasse

- Vou pensar, mas as coisas que pretendo fazer aqui com você creio que o Moshi não pode ver – respondi, dando-lhe um beijo intenso.

Estivéramos juntos no dia anterior, mas eu não podia evitar de desejá-la profundamente naquele momento, dentro daquele quarto que seria o nosso dentro de tão pouco tempo. A casa agora parecia cheia mesmo tendo só nós dois nela, mas Rin era capaz de iluminar tudo, inclusive a maneira como eu me sentia.

Eu agora descia minha mão até o laço de seu obi, pronto para despi-la e ocupar pela primeira vez nosso futon, mas Rin gentilmente parou minha mão e se afastou.

- Nem pense. – disse ela com um sorriso travesso.

- Rin, o que...?

- Falta pouco para sermos marido e mulher, muito pouco. – disse Rin, deslizando um dedo pelo meu peito e sorrindo maliciosamente – E agora só depois da cerimônia. – Ela piscou para mim.

- Rin! Você realmente queria me torturar! – respondi, indignado, mas achando aquele jogo um pouco divertido.

- Eu disse que ia ter volta. – Ela deu de ombros, parecendo se divertir – Mas você não perde por esperar. – E me beijou com carinho antes de virar-se e sair do cômodo, me deixando boquiaberto e ansioso pela próxima vez que voltaríamos ali. 

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