Rin POV:
Quatro luas depois do previsto, meu ciclo ainda não tinha vindo. Eu já sabia que estava grávida e agora as náuseas matinais começavam a aparecer. Sesshoumaru fazia o possível para me deixar o mais confortável possível, mas nada havia sido dito entre nós sobre a gravidez. Eu sempre achava que era cedo demais, tinha medo de que algo acontecesse. Além disso, me perguntava se ele, assim como acontecera com Inuyasha e Kagome, não seria capaz de perceber o meu estado.
Em uma dessas manhãs em que eu me sentia mal, Sesshoumaru deitou-se ao meu lado em silêncio. Aninhou-me em seu braço e me deu um beijo na testa. Ficamos ali um momento, até que ele delicadamente pousou sua mão livre na base do meu ventre.
- Você sabe? – perguntei
- Há duas luas. – respondeu ele – Mas quis te dar algum tempo.
- Tive medo de ser muito cedo para comemorar... Faz apenas seis luas e, você sabe, o começo pode ser delicado.
- Eu sei – disse ele, virando-se um pouco para olhar para mim – mas você sabe que pode confiar em mim.
- Você sabe que eu confio – disse eu – É só que... tive medo de que não vingasse e não queria fazer você sofrer junto.
- Não seja boba, Rin. Não sabe que eu sofreria ao seu lado mesmo que não soubesse a razão? Não poderia ser de outra forma. – eles disse quase como se fosse óbvio demais - No entanto, acho que temos motivos para celebrar, não? – disse, me dando um de seus raros sorrisos abertos
- É, temos. Em breve seremos uma família. – disse eu, com um sorriso que não podia ser maior.
- Rin. – ele acariciou meu rosto com uma das mãos – Já somos uma família.
Sesshoumaru e eu nos encaramos por um momento, lágrimas de felicidade caíam de meus olhos e eu pude ver que disfarçadamente, uma única lágrima rolara pelo rosto dele. Meu marido, pai do filho que eu esperava. Se existia um lugar certo para cada um nesse mundo, o meu certamente era ali. Beijei-o delicadamente e fiquei ali por mais um tempo, só absorvendo aquele momento tão feliz em nossas vidas.
Sesshoumaru POV
A gravidez de Rin não era uma supresa, nós estávamos de fato esperando que isso acontecesse. No entanto, na tarde em que ela chegou da casa de Kaede e eu finalmente percebi que seu cheiro, seu coração e até sua temperatura estavam alterados, aquilo se tornou real para mim. E agora, duas luas depois, eu já até conseguia ouvir levemente o coração do nosso bebê.
Talvez ela não soubesse ainda, o que era difícil já que Rin tinha muito conhecimento sobre o próprio corpo, mas achei melhor lhe dar um tempo para processar a informação. Eu mesmo, sentia algo que nunca havia sentido antes. O sentimento de amor e o instinto de proteção que eu sentia por Rin pareciam aumentados em um nível extraordinário, que me dizia que eu seria capaz de qualquer coisa pela minha família.
Depois de Rin finalmente admitir que esperava nosso filho, ainda esperamos algumas luas para contar a outras pessoas e a gravidez foi muito celebrada não só por suas amigas, como por todos que ela conhecia naquele Vilarejo, porque aparentemente Rin conhecia cada ser humano, gato, cachorro e planta por ali.
Seguíamos felizes esperando o bebê, vendo sua barriga crescer dia após dia, imaginando como nosso filho seria. A criança seria um hanyou, e eu já tinha aceitado esse fato, mas agora a curiosidade de saber que características de cada um aquele bebê teria me trazia a ansiedade de vê-lo logo. De ver Rin como mãe, de saber como seria nossa vida dali para frente.
Porém, uma coisa me intrigava. Os batimentos de Rin andavam bem acelerados nos últimos dias e os do bebê pareciam mais intensos ainda. Ela estava bem agora que as náuseas matinais começavam a abrandar, mas alguma coisa parecia... intensa demais ali. Eu a observava tentando no me concentrar no que ouvia.
Enquanto isso, Rin cantarolava tranquilamente enquanto servia um chá. Moshi rondava sua dona como sempre fazia ao vê-la executando qualquer atividade e eu já tinha uma ideia do que estava acontecendo.
- Rin, como está? Sente-se bem?
- Sim, tudo bem. Não tive náuseas hoje e o resto me parece bem normal, só um pouco de sono. Por quê? – respondeu ela
- Eu estou sentindo uma coisa diferente, os batimentos do bebê... venha cá um momento.
Rin parecia assustada com a possibilidade de ter algo errado, mas se minhas suspeitas estivessem certas, seria uma boa notícia. Ela se aproximou e eu me ajoelhei diante dela, me aproximando de sua barriga para escutar com ainda mais clareza.
- Sesshoumaru, estou ficando assustada. O que é? É ruim? Fala logo! – disse ela, impaciente.
- Rin. – disse eu. – São dois.
- Dois?! – exclamou ela
- Dois. – repeti, sorrindo.
Dei um beijo em sua barriga e levantei-me, ela parecia em choque com a notícia mas aos poucos começou a sorrir também. Envolvi-a em meus braços e dei-lhe um beijo lento e intenso, sentindo os três corações dentro dela pulsarem e uma onda de paz me invadir.
Este Sesshoumaru nunca poderia imaginar, mas o que tanto procurara durante séculos, era o que tinha bem ali diante de si. Parecera uma eternidade o tempo em que vaguei procurando outra coisa, até que Rin, com seu pouco tempo de existência, quase um instante se comparada à minha longa vida de youkai, fosse capaz de mudar tudo. Rin era o destino do meu coração, os filhos que esperávamos eram consequência disso. Não havia outro lugar em que eu deveria estar.
E quando ela deu à luz duas meninas algumas luas depois, nós as nomeamos como Towa e Setsuna, a eternidade e o instante. Dois lados do tempo que andavam juntos na nossa história e que de alguma forma acharam o equilíbrio para nos trazer a felicidade.
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Mudanças de Rumo
FanfictionSesshoumaru nunca foi de demonstrar sentimentos. Sempre um homem focado em seus objetivos, em sua longa vida de youkai, a ideia de amar outra pessoa sempre lhe pareceu uma fraqueza inadmissível e, sendo essa pessoa uma humana, tal sentimento lhe par...