Prólogo

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Onde estou? Não reconheço esse lugar. Me lembra uma câmara abandonada. Uma câmara escura e que se estende além de minha visão.

Havia apenas escuridão ao meu redor, com exceção das pérolas que margeavam o corredor que levava à porta, também perolada.

Ao meu lado, um pouco mais atrás, vi uma estátua. Não consegui identificar sua forma, porém, senti um calafrio enquanto a olhava e tive medo.

A minha direita, vi um caixão. Por que teria um caixão nesse lugar?

Tentei me levantar e ir até ele, só para descobrir que minhas pernas não respondiam.

Olhei para mim e me espantei.

Eu também estava em um caixão!

As pérolas que antes vi, brilhavam agora ainda mais intensamente e implodiram uma a uma.

Quando a última pérola foi destruída, um estrondo tomou conta do lugar e a porta foi arremessada.

No final do corredor se encontrava o sol, tentando iluminar a sala.

Junto com seus raios fracos, a sombra de um homem se aproximava.

Pisando nas pérolas destruídas do corredor, um homem de meia idade, não muito alto, e robusto, caminhava pela ponte, ansioso.

– Fiz tudo o que senhor pediu milorde. Terei minha recompensa? – disse o homem.

Vi também outra figura, mas sua sombra não era comum. Em sua volta, uma escuridão que parecia viva, acompanhava seu caminhar.

O homem era pálido, possuía longos cabelos brancos, uma roupa comum à realeza e uma espada presa em sua cintura.

Essa figura sombria se aproximou calmamente do outro homem, mas antes que eu pudesse entender o que aconteceu, a figura apareceu no caixão ao meu lado e o homem robusto caiu no chão, morto.

– Claro que o recompensarei. Eu sou Connor afinal. Sempre honro meus acordos.

Connor abriu o caixão e tirou de dentro dele um garoto, que não aparentava ter mais de 10 anos. Esse garoto possuía cabelos brancos como os meus e eu senti que já o tinha visto antes. Mas onde?

– Venha meu pequeno, com você, terei minha vingança. – diz Connor enquanto sorri.

Olhando agora em sua face, vi que seus olhos eram avermelhados e seus dentes pontudos. Nunca vi nada igual. Exalando maldade, Connor vinha em minha direção, e parecia apressado, como se algo estivesse em seu encalço. Olhou diretamente em meus olhos e seu olhar me paralisou.

EU PRECISO SAIR DAQUI. 

Crianças da Noite - A Floresta Sombria (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora