Invasão no Orfanato

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Cara, como isso foi acabar assim?

– Está atrasado. – Diz Avery brava

Ao entrar na sala vejo o diretor Casco (Bestial-Tartaruga, ninguém nunca lembra o nome dele, então o chamamos de Casco, por causa do enorme casco nas costas dele) de pé atrás de sua mesa. Um homem negro, careca e com uma cicatriz chamativa que ia do olho esquerdo até a nuca estava sentado na cadeira do diretor, usando uma roupa que mais parecia ser uma armadura e carregando uma bolsa bem próxima de seu corpo.

Em sua frente haviam três cadeiras, em uma delas estava Ellie, separando suas planilhas, e ao seu lado de pé estava Counton, distraído com uma aranha. Na parede em minha frente estava Avery, me encarando e apontando para as cadeiras ao lado Ellie, esperando que eu e Lucy nos sentássemos.

Fui até minha cadeira de cabeça baixa, era minha culpa que tínhamos atrasado. Lucy segurava minhas mãos e me deu confiança para prosseguir. Enquanto isso, Koko escolheu na pior hora possível, voar de meus ombros e circular a cabeça do possível novo doador.

– A-agora, sem mais atrasos, acho que podemos dar início a reunião – disse o diretor Casco. Olhando apreensivo para Koko e para mim.

Merci. Sou Conrad Durand e estou aqui para ver como vão meus... Investimentos.

Enquanto dizia isso, Conrad não parava de olhar para Lucy, que se encolhia cada vez mais na cadeira. Segurei sua mão embaixo da mesa. Ela não tinha o que temer.

A forma como ele disse investimento, fez gelar minha espinha.

Koko continuava a voar ao redor da cabeça de Conrad e eventualmente bicá-la.

– Me perdoe por isso, ela não é assim. – falei enquanto trazia Koko no dedo.

Contrôle sua ave menino, suponho que não queira que nada corra errado hoje. – disse Conrad, fixando os olhos em mim e abrindo um sorriso sombrio.

Nenhum dos bestiais conseguia encarar Conrad.

Oui, como aproveitaram meus recursos? – disse Conrad.

Eu congelei e não conseguia dizer nada não sei se era porque Koko estava tentando pegar a bolsa de Conrad ou porque o corpo de Lucy gritava de desespero.

Ellie percebeu que eu não falava nada e tomou a frente.

– Perdoe-o senhor, ele não es–

Conrad fez sinal de silêncio para Ellie enquanto olhou irritado em minha direção.

– Você permite que essa aberração fale em seu lugar garoto? Essa nova geração está mesmo perdida.

Ellie ficou vermelha de vergonha. E eu de ódio.

Mas me contive. Era pelo bem do orfanato, Koko não teve a mesma polidez.

– Me desculpe senh... Koko, não!

Koko pegou a bolsa de Conrad e ambos a puxavam de lados opostos.

– O que significa isso Chase? – Disse Conrad

O que? Como ele sabe meu nome?!

– Pássaro imbécile! – Diz Conrad enquanto dá um tapa em Koko fazendo com que ela bata na parede e caia.

– Koko! – Disse eu enquanto corria para ela.

Puxando a bolsa de volta, ela se abre e cai de lá alguns saquinhos com... Pelos de raposa? Mas que merda está acontecendo aqui? Avery leu meus pensamentos.

Crianças da Noite - A Floresta Sombria (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora