A Floresta

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Uma casa, numa caverna?


– Chase, atenção! Não baixe a guarda.

Eu estava em guerra. Ou ao menos foi o que pensei.

Em minha frente, um homem pálido de roupas e cabelos pretos, olhos castanho-escuro e orelhas pontudas, me enfrentava em uma luta de espadas numa espécie de arena.

O chão abaixo de nós se estendia em um grande círculo, cercado de águas rasas. Elas fluíam da boca de dragões que se espalhavam ao redor das paredes cinzas do anfiteatro em que estávamos. Haviam adornos brilhantes de ouro e prata e por algum motivo, este lugar me era familiar.

O homem e sua longa espada estavam em perfeita sintonia e parecia que dançavam em meio a arena. Tentei acertá-lo com minha espada, mas todos os meus ataques eram bloqueados suavemente.

– Você consegue Chase! – gritou uma voz da arquibancada.

As imensas arquibancadas elevadas, reluziam em tons de dourado e davam uma visão ampla da arena. Mesmo assim, não havia quase ninguém. Olhei para essa linda garota de longos cabelos brancos e um vestido curto sem mangas, tão claro quanto sua pele que acenava para mim. Em sua mão, vi uma única luva comprida preta que se estendia até seu antebraço direito. Ao seu lado, estava uma mulher mais velha, portando um vestido longo, também branco, mas com ornamentos dourados. Ela parecia ser sua mãe.

Senti uma espada em minhas costas e teria caído na água, se o homem não tivesse me segurado.

– Nunca dê as costas para seu oponente. É assim que pretende derrotar seu irmão? – disse o homem me ajudando a voltar pra arena.

– Eu me distraí, mas isso não vai acontecer de novo. Agora vencerei – disse confiante.

– É o que você diz, mas ainda não conseguiu me acertar nem mesmo uma estocada – sorriu o homem.

Da entrada da arena, montado em um cavalo, um mensageiro se aproximou de onde estávamos e se dirigiu ao homem em minha frente.

– Elijah! A Inteligência Real descobriu o paradeiro deles. O rei, Durion aguarda sua presença no castelo.

– Parece que teremos que adiar seu treinamento – disse Elijah a mim. Depois virou-se ao mensageiro – Informe-o que estou a caminho.

Elijah pulou até a entrada da arena e chamou seu cavalo, negro como a escuridão. Possuía olhos vermelhos como a lua de sangue, e sua sela era dourada e imponente. Enquanto galopava, uma grande bola de fogo, surgiu nos céus e destruiu uma das paredes do anfiteatro, o atingindo em cheio.

O barulho foi ensurdecedor para meus ouvidos, mas Elijah não se abalou.

– Eles já chegaram... – disse encarando o céu, que se mostrava completamente vermelho graças ao fogo que continuava a cair.

Fui repentinamente derrubado e senti uma forte rajada de vento ao meu lado. Por alguns instantes tenho certeza que vi dois pares de olhos vermelhos no ar. Elijah sumiu.

Meu primeiro instinto foi olhar para a arquibancada, mas a garota e sua mãe não estavam lá.

Saí apressadamente do anfiteatro, que ficava entre os portões do reino e a cidade, que estava em chamas. Qualquer vestígio do que ela um dia foi estava sendo consumido pelo fogo.

Perto dos portões, vi Elijah lutando contra o homem que perturbava meus pesadelos... Connor. Junto dele, mais e mais seres sombrios cercavam Elijah, que estava com os olhos vermelhos presas no lugar dos dentes.

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⏰ Última atualização: Apr 28, 2021 ⏰

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Crianças da Noite - A Floresta Sombria (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora