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Sinto sua mão na minha e é quase mágico, pena que o momento acaba logo, os pais de Sophie chegam e ela se afasta de mim, o que ela tem que fazer agora não é fácil, principalmente para seu pai que não sabe nada sobre isso e nem desconfia da gravidez. 

-Vocês podem sentar aqui? - Sophie pede tentando manter a calma, mas sei que está nervosa. Seus pais se sentam nas cadeiras perto do sofá, nós nos sentamos no sofá lado a lado. Ela Respira fundo antes de começar. 

-Eu sei… que a gente… eu… nós passamos por muita coisa esses meses - ela gagueja um pouco, mas continua - sei também que meu tratamento não está sendo fácil, mas estamos no caminho, cada dia conta… que temos um caminho ainda para andar, mas… eu queria….queria… -Sua mãe a interrompe vendo seu nervosismo. 

-Seja lá o que for querida estaremos com você 

-Sim Sophie, pode nos contar, estamos aqui com você -seu pai acrescenta, mas não me passa confiança, ele anda distante desde o acontecido, está mais fora de casa e às vezes até evita Sophie. 

-Eu… eu tô g-grávida - quando ela termina de falar suas palavras ficam no ar, como nuvens densas, sua mãe se emociona e começa a chorar, seu pai se levanta revoltado a assustando. Sophie fica tensa e tento segurar sua mão, ela não se esquiva do meu toque. 

-Não! Não pode ser, você só pode está mentindo! -ele esbraveja. 

-Não tô, pai, por favor… 

-Por favor, o que? Você vai tirar isso -ele aponta para ela, que fica cada vez mais tensa ao meu lado, ela começa a negar. 

-Eu não vou, é meu bebê, eu sei que… que nem todo mundo vai entender o meu ponto, mas é um bebê que não tem culpa de nada e não merece morrer por isso! Eu não vou tirar meu filho! -Ela fala firme, sua mãe lhe apoia. 

-Ela tem razão, filha eu te apoio em qualquer decisão que você tome é o seu corpo. 

-Se ela quiser manter esse negocio ela vai manter longe daqui, porque na minha casa ela não morar mais -Ele faz que vai para a escada, mas a voz de Marly preenche o ambiente antes dele subir de fato, Sophie está chorando desolada e trêmula do meu lado, eu só queria poder abraçá-la agora. Tento dar o melhor de conforto que consigo fazendo carinho em sua mão, com nossos dedos entrelaçados. 

-Ela não vai embora

-Como é? -A cena que desenrola sob nossos olhos é inacreditável

-Você ouviu, ninguém vai expulsar minha filha daqui, se tem alguém que vai embora, esse alguém é você! A casa é minha, da minha família e eu não vou deixar minha filha só, pode arrumar suas coisas e ir embora - Sophie chora copiosamente falando baixinho que não queria aquela situação toda 

-Ei, vamos pro seu quarto, vem - Ela se levanta e me segue escada acima sem olhar pra nenhum dos dois. Abro a porta do quarto e ela entra se sentando na cama - Vai ficar tudo bem ta? -Ela faz que não 

-Não tem como ficar bem Hero, olha isso! Eu não queria nada disso, mas eu também não quero que ninguém desmereça meu bebê entende? -Faço que sim. 

-Deita aqui - Bato na cama e tiro a coberta, ela se deita debaixo se cobrindo toda -Você precisa respirar ta? -ela concorda - Pensa no seu bebê -Continuo falando amenidades para ela até que pega no sono. 

Little Daughter [Conto]Onde histórias criam vida. Descubra agora