" - Do que precisa? Do que precisa para ser minha? - Pergunta novamente, solucei abraçada ao seu corpo.
- Cuide de mim, apenas isso. - Sinto um beijo na minha testa e o aperto mais. - Ele pode me achar, Christopher . - Sussurro.
- Apenas seja minha...
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— Não, pai. — resmungo novamente, me afundando na cadeira de couro de seu escritório.
— Não um caralho. — grita — Você é um Cosa Nostra!
— Não. — brando me levantando. — Eu não sou, e nem vou fazer parte dessa merda de máfia. Eu tenho a minha carreira e vou continuar com ela.
— Meu filho... — ele suspira, sabendo que não vai adiantar, essa conversa se repete a anos — Apenas pense.
Meu pai bufa se sentando, aperto seu ombro o vendo cabisbaixo antes de sair da sala. Caminho pelos corredores da grande mansão lentamente.
— Oi. — escuto a vozinha doce e olhei para o lado, sorrindo para a morena. Minha sobrinha, com os cabelos pretos enormes e pele clara, é incrivelmente parecida com meu irmão mais novo.
— Oi Bella.— a pego no colo e beijo sua testa — Como está a minha sobrinha preferida?
— Eu sou a única. — ela revira os olhos me fazendo rir. Volto a andar a sentindo brincar com minha barba.
— Onde esta seu pai? — Bella faz uma careta.
— Conversando com a mamãe — chego a sala vendo meu irmão e a mãe de Bella tendo uma discussão. Viro as costas, sem que minha pequena perceba e ela me olha sem entender.
— Por que não vai ver o vovô? Ele disse que estava morrendo de saudades. — ela assente e pula do meu colo, sumindo saltitando entre os corredores.
— Você não pode. — Pietro fala correndo até a porta, posso ver a loira chegar aos portões da mansão sem ao menos olhar para trás.
— Pietro. — Chamo ao ver ele jogar um vaso na parede. — O que foi?
— Ela foi embora. — Sussurra. — Eu não posso... Eu não consigo criar a Bella sozinho.
Suspirei, ao vê-lo sair desnorteado pela casa. Sei que ele precisa pensar. Bella foi um acaso, meu irmão conheceu a moça em uma boate, ficaram juntos por uma noite, protegidos, mas ela acabou engravidando. Ele tem vinte e quatro anos agora, e na época só tinha dezoito.
Eles resolveram ter o bebê, durante a gravidez ela esteve aqui é até o primeiro aninho de Bella. Depois ela se mudou, já que eles nunca estiveram juntos. Normalmente Bella ficava uma semana lá e a outra aqui. Mas parece que a mãe, cansou. Eu sempre vi que ela não gostava muito da Bella.
— Titio. — sinto minha calça ser puxada e sorri para Bella — O vovô tá ocupado, e o papai pediu para eu dormir na sua casa.
Eu assenti, sabia que meu irmão precisava pensar. Ele não era um poço de delicadeza e provavelmente acabaria sendo ignorante com ela.
— Que tal a gente passar no mercado? — perguntei enquanto entrava no seu quarto. — Comprar seu sorvete favorito.
— O papai disse que não pode tomar sorvete depois das 16PM. — ri, apesar de ter apenas 6 anos, Bella era extremamente inteligente e já estava no primeiro ano do fundamental.
— Eu não vou contar para ele. — pisquei e ela riu. Pego uma mochila pequena no armário, e coloco algumas roupas e produtos pessoais.
Sorri ao ouvir ela cantarolar uma música em português, a mãe era portuguesa. Por isso ela é praticamente fluente em dois idiomas.
Alcanço a chave do carro e desço as escadas novamente.
— Titio.
— Hum? — resmunguei enquanto prendia seu cinto.
— Você tem namorada?
— Não.
— Por que? — pergunta me encarando com seus grandes e curiosos olhinhos castanhos.
— Por que... — fechei a porta de trá e abri a da frente, me sento no banco e a observo pelo retrovisor — Eu estou esperando conhecer a mulher certa.
— E quando você vai conhecer?
— Eu não sei, Bella... Eu não sei.
***
— Dinheiro ou cartão?
— Dinheiro. — murmuro. Entrego o dinheiro a moça que me entrega a sacola.
Pego a mão de Bella e saio do mercado, a chuva está forte, a coloco no carro e dirijo lentamente para não causar nenhum acidente.
— Aí. — escuto um gritinho vindo de Bella e olho para trás assustado.
— O que foi?
— Eu mordi a língua. — assenti e antes que eu pudesse olhar para frente Bella deu um grito — A moça.
Paro o carro abruptamente ao olhar para frente, velho algo caindo no chão e arregalo os olhos.
— Bella fica no carro. — ordeno.
Saio do carro e ofego vendo a pequena garota ruiva, seu corpo estava machucado e magro demais, mas aparentemente o carro não tocou nela. Seguro seu corpo pequeno com cuidado sem me importar com a chuva e a levo até o carro.
— Ela tá bem? — Bella pergunta assustada com os olhos arregalados quando entro no carro com ela. A estrada era deserta, o que ela estava fazendo aqui?
— Eu não sei. — susurro — Meu amor, você vai ter que passar para frente, tudo bem?
Minha sobrinha assente, soltando o cinto e passando para a frente. Deixo a garota deitada no banco, de modo confortável.
***
— Ela está bem. — o médico da família fala, aparecendo na sala — O carro não bateu nela, mas graças a queda ela torceu o tornozelo. Vocês têm algum documento dela? — nego — Certo, ela está com anemia, parece ter sido espancada. A pressão caiu por isso desnaiou. Ela deve acordar daqui uma hora. Vou te passar uma receita com umas vitaminas e alimentos saudáveis. Mas recomendo um nutricionista. E levem ela ao meu consultorio na semana que vem para uma bateria de exames.
O médico me da um papel e eu agradeço o levando até a porta.
— Titio, a titia ruiva tem sardas. É tão fofa! — Bella aparece saltitante na sala saltitante.
— Certo, ela é sim. — murmuro, indo até o quarto com Bella me puxando e cazzo como ela é.
Ela está suja, mas eu não vou lhe dar banho. Ela pode não gostar. Sinto meu peito apertar encarando sua aparência maltrata, a ruiva a minha frente era muito bonita, porém estava tão descuidada pobrezinha. Beijo sua testa carinhosamente e Bella me analisa.
— Eu vou fazer uma sopa. — pego meu celular no bolso e coloco em um joguinho — Pode cuidar dela?
— Sim. — ela se senta na cama, pegando meu celular.
Volto para a cozinha, pegando algumas verduras e legumes e corto tudo. Coloco a carne para cozinhar, junto com a cebola e tomate. Depois de um tempo acrescento os legumes e verduras.