Capítulo 2

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Suspiro e pego a bandeija com sopa e ando até o quarto

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Suspiro e pego a bandeija com sopa e ando até o quarto.

— Titio? — escuto uma voz doce e delicada perguntar, com sotaque ao pronunciar a palavra em italiano.

— Sim, ele é meu titio. Ele é muito legal. — escuto a voz de Bellas adentro o quarto lentamente vendo a garota de cabelos ruivos sedosos que antes estava confusa me olhar assustada.

— Oi. — murmuro a garota se encolhe na cama e posso ver seu olhos se encherem de lágrimas de modo rápido enquanto se afasta de mim.

— Por favor não me manchuca. — fala em português – língua a qual eu sou fluente –. Céus, o que fizeram para ela estar tão assustada.

Deixo a bandeija em cima da bancada tendo seu olhar atento sobre mim.

— Eu não vou, mio caro ( minha querida). — tento soar o mais doce possível, falando em português agora, e dou um passo para trás — Não vou fazer nada de mal, certo?

— Sim. — ela assente receosa, o olhar claramente assustado me mostra que não, ela nao tinha entendido. Minha sobrinha a analisa atentamente e sorri.

— O titio não vai te machucar. — fala agora em português também por mais que o sotaque da ruiva fosse diferente do nosso.

— Qual seu nome? — questiono me encostando na mesa do quarto.

— Lia. — fala baixinho, sorri ao escutar a vozinha doce e assenti.

— Certo, mia delicata Lia. ela morde os lábios e se move na cama fazendo uma careta — Tente não se mexer muito.

— O que aconteceu? — sorri e aponto para a bandeija, coloco ela em cima da cama e tiro a "tampa".

— Coma primeiro. — ela assente rapidamente e pega a colher, levando o alimento a boca — Estava com fome? — Lia assente e eu suspiro, o que aconteceu com ela? — Você desmaiou em frente o meu carro. O que estava fazendo sozinha na rua daquele jeito?

Posso ver seu corpo tensionar e suspiro,  Lia parece estar tão traumatizada, observo cada feição delicada de seu rosto enquanto ela come.

— Eu vou levar a Bella pra cama, tudo bem? — pergunto ao perceber a garotinha dormindo, Lia assente e eu pego a Bella no colo, saindo. Levo ela até outro quarto de hóspedes a colocando na cama já que tinha dado banho.

Céus, Lia parece tão assustada. Quem poderia fazer algo de mal a alguém tão delicado quanto ela? Abro o guarda-roupa vendo que tinham algumas roupas de minha irmã lá, pego um pijama e uma peça íntima.

Caminho até o quarto novamente vendo ela olhando para o chão.

— Quer ajuda? — questiono quando ela nota minha presença, Lia morde os lábios negando com a cabeça levemente. — Ok... Eu vou encher a banheira e sair, certo?

— Uhum. — adentro o banheiro e ligo a água, jogando alguns sais nela, deixo as roupas em cima da bancada e volto ao quarto.

— Tome cuidado, ainda está machucada. — ela assente se levantando lentamente e por mais que eu quisesse a ajudar, não quero que fique com medo.

Respiro fundo adentrando a cozinha e disco o número que menos queria incomodar no momento.

— Aconteceu algo com a Bella? — É a primeira coisa que meu irmão pergunta ao atender o celular.

— Não, eu só tenho esse motivo para te ligar?

— As 3 da madrugada, sim. — franzi a testa e deixo o celular no viva voz, olhando o horário.

— Nossa... — murmuro, nem ao menos tinha percebido — Certo, mas preciso de um favor.

— Fala.

— Preciso da ficha de alguém. — ele solta um riso.

— A ficha que qualquer hacker de merda consegue ou a ficha que eu consigo? — reviro os olhos.

— A sua. Eu quero tudo.

— Nome.

— Lia.

— Lia de?

— Não sei.

— Como assim você não sabe? — Exclama. — Sabe quantas Lia's existem?

— Eu não vou perguntar nada agora. — mia delicata Lia parece tão fragilizada, eu não vou bombardear ela de perguntas — Características ajudam? — ele suspira

— Nacionalidade?

— Não sei.

— Vai se foder! — exclama irritado.

— Ela fala português. — murmuro.

— Ah claro, por que são apenas nove países que falam português.

— Ela tem um sotaque parecido com o da... — Pigarreio pensando em como falar sobre a mãe de Bella. Ele solta um resmungo.

— Da Lúcia, certo então Brasil ou Portugal. Características físicas.

— Cabelo liso ruivo, abaixo dos ombros. Pele clara e algumas sardinhas na bochecha, eu diria uns 17 a 19 anos. Uns 1,60 de altura. Olhos castanhos escuros

— Obrigada, você reduziu a busca para umas 20 mil pessoas.

— Qual é cara!? — Suspiro atordoado.

— Você me deu o Brasil que é a porra de um país enorme e Portugal que é superlotado, junto com umas informações fuleiras, me manda uma foto pelo menos.

— Não dá.

— Olha só, eu te enviei a lista com as pessoas, vai eliminando, se não acahar até de manhã eu procuro melhor.

— Certo. Obrigada.

Desligo o telefone e ando até o quarto novamente, Lia estava sentada na cama enquanto encara os pés, ela não me viu, mas parecia de certa forma aliviada, estava vestida com o pijama de manga longas com bolinhas espalhadas por todo ele, extremamente fofa.

Amore mio. — chamo e ela ergue o olhar sorrindo levemente — Vá escovar os dentes, tem uma escova em cima da pia para você.

— Qual seu nome? — Pergunta baixinho, parando na porta do banheiro.

— Christopher.

— Obrigada por me ajudar, Christopher. — Sorri como um bobo. Lia parecia não saber exatamente o que fazer, era como uma criança.

— Posso te cobrir? — Pergunto quando ela se deita na cama, Lia morde os lábios e nega receosa. Apenas deixo o cobertor em cima da cama e indico para que ela o faça, Lia me analisa piscando os olhinhos enquanto o faz, algo extremamente fofo, me afasto a vendo levar o dedo aos lábios e sugar levemente. Franzi a testa e pego uma chupeta na gaveta, que tinha comprado para minha irmã. Vou até o banheiro a lanvando e deixo em cima da cama — Se quiser pode usar. — murmuro a vendo encarar a chupeta receosa — Eu vou apagar a luz, qualquer coisa me chame, certo?

— Sim. — fala baixinho, ligo o abajur e apago a luz saindo do quarto, me sento em um dos bancos da cozinha e coloco um pouco de café.

Levo a bebida quente aos lábios enquanto ligo o notebook.

— É... — murmuro encarando a lista que meu irmão me mandou — Vai ser uma longa noite.


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