Capítulo 3

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Encaro a ficha com uma foto de Lia e suspiro, por um milagre eu consegui achar sua ficha em meio a tantas

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Encaro a ficha com uma foto de Lia e suspiro, por um milagre eu consegui achar sua ficha em meio a tantas.


— Titio. — Bella fala bocejando e eu ri a pegando no colo.

— Bom dia, meu amor. — beijo sua testa.

— Seus olhinhos estão machucados? — pergunta tocando abaixo dos meus olhos, provavelmente as olheiras por não ter dormido.

— Não, amor. Só um pouco de sono. — a deixo em cima da bancada abraçada com o ursinho que ela chama de neném e começo a preparar seu leite. O coloco em uma xícara já aquecido e entrego para ela junto com algumas frutas e uma torrada.

— Fala. — murmuro assim que atendo o telefone, deixo Bella na sala e vou até o quarto vendo Lia ainda dormindo, tadinha parecia exausta. A chupeta em seus lábios só a deixava mais fofa.

— Eu vou passar aí pra pegar a Bella daqui uns vinte minutos. — suspiro e fecho a porta do quarto junto com a janela que acabei não fechando ontem.

— Eu achei... — murmuro, ele fica em silêncio por um instante.

— Qual é?

— Lia Alburqueque, Brasil, 19 anos.

Santa Merda!

O que?

— Não abre essa merda até eu chegar, Christopher. Não abre! — grita, escuto o barulho de chaves e franzi a testa confuso.

— Só não abre! Da o telefone pra Bella.

Ando rapidamente até Bella, deixo o telefone no viva voz e entrego para ela que sorri.

— Oi querida, pode fazer um favor ao papai?

— Claro. — minha sobrinha sorri.

— Certo, o papai já está chegando, não deixa o titio mexer no notebook. — o que tanto tem nessa ficha?

— Beijo papai, amo você.

— Também te amo, amor.

Tento pegar o notebook para ver mas escuto minha sobrinha brigar, merda, por que ele não quer que eu veja?

***

— Finalmente. — resmungo abrindo a porta para meu irmão que entra indo até meu notebook.

— Onde está a Bella?

— Brincando no quarto.

— Certo. — Pietro para as mãos no cabelo e respira fundo — Tem certeza que é ela?

— Sim.

— Fudeu. — franzi o cenho e me sento o encarando — Alan Colto, o idiota que escorregadio que tentamos pegar a anos, lembra?

Assenti me lembrando do líder de uma gangue asqueros dentro do trafico infantio, isso ja me traz motivos para odia-lo, mas tudo que ele fez contra minha família faz meu sangue ferver, os Cosa Nostra estão atrás dele a 17 anos, desde que minha mãe morreu, mais especificamente, mas o desgraçado é extremamente bom em se esconder.

— Olha só, se controla, certo? — cruzo os braços erguendo a sobrancelha — Ela está na lista.

— O que!?

— Na lista de crianças que sumiram e suspeitamos que foi ele. Lia e Meggie uma outra garota, são as únicas confirmadas já que ele já apareceu em público com elas.

Respiro fundo sentindo a raiva tomar conta do meu corpo, lembrar de tudo que o desgraçado fez a minha mãe, sabendo que ele fez ter feio com a garota no quarto também me faz borbulhar.

— Chris? — o encaro — Ela... cazzo, eu nem imagino como a garota deve estar

Franzi a testa vendo a xícara cair no chão estilhaçada juntamente com algumas gotas de sangue, respiro fundo sentindo minha mente ficar nublada, voltando para aquele maldito dia.

— Ela deve estar traumatizada, Christopher. Estimamos que ela está com ele desde os 10 anos. Ela precisa de ajuda.

Suspirei e assenti, bufei ao ver minha mão cheia de sangue e vou até o banheiro, tirando os cacos de vidros que entraram nela colocando um curativo após limpar.

— A titia ruiva acordou. — Bella fala, sentada no colo do pai assim que eu saio do banheiro.

— Eu já vou. — Pietro se levanta e pega Bella no colo — Se acalma, vou falar com nosso pai, ele vai saber o que fazer.

Assenti o vendo sair. Caminho até o quarto vendo Lia sentada na cama encarando os pés, estava com a chupeta nos lábios.

— Bom dia. — me encosto na porta e ela me encara tirando a chupeta dos lábios.

— Bom dia. — sussurra — Obrigada.

— Tudo bem. — me aproximo um pouco e me sento na ponta da cama, a garota se encolhe um pouco fazendo com que eu raciocine e me afaste.

— Eu hummm.... Tenho que ir embora. Obrigada por tudo. — Lia fala baixinho olhando para as mãos.

— Por que? — pergunto de modo calmo. Chego um pouco mais perto e ela me olha como se pedisse para afastar. Me afasto e ela sorri um tanto triste.

— Eu tenho que ir... Ele pode me pegar. — sussurra, suspiro me levantando.

— Nada vai acontecer, querida. Tudo bem? — ela assente um tanto desconfiada.

— Eu realmente...

— E pra onde vai? — pergunto de modo calmo — Tudo bem, Lia, as coisas vão se acertar.

Pego a roupa que tinha deixado em cima da bancada e levo ao banheiro. Lia se levanta com custo e caminha até o local.

— Eu vou colocar seu café, pode sair do quarto quando acabar.

Volto para a cozinha e coloco algumas frutas cortadas em uma tigela. Coloco outra tigela com cereais e um prato com sanduíche natural. Deixo um suco de laranja perto do prato, pode não ser bom dar café a ela.

— Oi. — escuto a voz baixa. Sorri e me sento na cadeira a frente dela. Lia se senta e sorri de modo fofo para mim — Obrigada.

Sorri a observando comer por mais que minha vontade fosse a ajudar com tudo, ela ainda não se sente confortável  para me ter tão perto e eu entendo. Fecho meu notebook e suspiro tentando a todo custo esquecer tudo.

— Está bom? — ela assente voltando a comer. Lia estava tão magrinha que era possível ver os ossos em seu corpo. Pego as vitaminas eu o médico receitou e entrego a ela que ri.

— Tem formato de borboleta. — assenti rindo, a pílula era de um formato estranho mas se ela viu uma borboleta era uma borboleta.

— É remédio, você tem que tomar para ficar melhor. Tudo bem? — Ela assente um tanto receosa e pensa por alguns minutos antes os engolir com a ajuda de água.

***

— Por que eles estão fazendo isso? Machuca. — Lia murmura e eu a encaro, ela estava assistindo um filme enquanto eu checava alguns e-mails. Tinha um casal em um momento quente na TV. Céus, por que eu não chequei isso antes?

Mudo rapidamente de canal colocando em um desenho. Lia parece gostar mais do que quando estava assistindo o filme e esquece o assunto.

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