0. Prólogo: Entre letras

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13/10/2022

Jimin sempre escutou que os relacionamentos são como montanhas russas, e ele nunca desacreditou dessa citação. Mas não era pelo fato dos altos e baixos que toda relação têm. E sim porquê da mesma maneira que ela começa neutra; ela termina, seja com a morte ou apenas o desânimo do término.

O teto do meu quarto parecia ser a coisa mais interessante naquele momento, havia acabado de fechar o aplicativo de bloco de notas por simplesmente não está conseguindo pensar o suficiente para escrever. Fechei os olhos na esperança de que algo bom vinhesse em minha mente, porém parecia que estava exausto demais para pensar.

Em uma esperança inalcançável voltei a pegar meu celular sobre a cama e ao checar às horas, deixei que aquela pequena onda de alegria me acolhesse. Já tinha passado da meia noite, o que significava que era o dia do meu aniversário.

Era incrível como especialmente nesse dia a minha mente resolvesse restaurar certas memórias, que por vezes me foi motivo de euforia, porém agora elas se dividiam em todos os possíveis sentimentos melancólicos. A falta de um tempo que não volta é algo tão iníquo, era como se atrofiasse a pequena felicidade dos momentos passados e as transformasse em lembranças dolorosas.

Acabei por sorrir com meu próprio pensamento, se continuasse assim acabaria por derramar lágrimas logo nos primeiros minutos do dia.

Senti meu celular vibrar em minha mão e ao olhar para a tela que se acendeu, notei rapidamente quem havia mandado mensagem. E como se o universo estivesse tentando me testar de uma maneira sagaz, senti meu coração errar uma de suas batidas.

Me sentei sobre a cama encarando fixamente aquela mensagem pela a barra de notificação, como se apenas olhar fosse responder e transmitir todo o turbilhão de sentimentos que aquele pequeno ato me causou.

- O quão estúpido eu sou por estar a beira de um surto, por algo tão pequeno? - murmurei para mim mesmo, suspirando pesadamente.

Me questionava se eu deveria responder, não é como se os acontecimentos anteriores tivessem sido apagados, mas se continuasse do jeito que as coisas estão acabaria por me apaixonar novamente. E de longe essa era a pior das hipóteses.

Quanto mais me obrigava a pensar sobre, pior os fatos iam ficando. Eu sabia que o problema não era voltarmos a ser amigos, a questão é que eu nunca o enxergaria dessa maneira. Não conseguiria fingir que nada aconteceu, quando na verdade eu o amei tanto.

E era óbvio que se me desse abertura o suficiente, talvez eu voltasse a ama-lo como antes. Seria idiota da minha parte me expôr novamente a isso e era ainda mais idiota a probabilidade de eu achar que ele poderia ainda gostar de mim.

Me levantei da cama deixando o celular largado entre os lençóis e observei o chão bagunçado com os papéis que antes eu corrigia. Me agachei rapidamente pegando um aleatório; a caneta vermelha por vezes circulava ou sublinhava algumas frases e logo ao lado era acrescentando as correções.

Neguei veemente e joguei o papel no chão, caminhando para próximo da janela. Eu conseguia ouvir alguns respingos da chuva que ainda caía fraca no lado de fora, abri as cortinas vendo que não era possível encontrar nenhuma estrela no céu, as nuvens haviam tomado posse do lugar.

Suspirei frustado encostando minha testa no vidro frio da janela e me permiti fechar os olhos para que voltasse a pensar.

Não estava com medo de voltar a gostar dele, estava com medo que ele descobrisse que eu ainda gosto dele.

- Do que adianta mentir para mim mesmo... - grunhi baixo. - por que é tão difícil esquecer ele?

Se o universo falasse ou as almas resolvessem intervir, eu tenho certeza que me chamariam de trouxa. E eu faria questão de concordar.

Mas como se eu precisasse exatamente daquilo para que minha criatividade voltasse, sorri e peguei novamente o celular entrando no aplicativo de notas.

- Idiota, ainda mexe comigo o suficiente para que continue sendo minha fonte de inspiração.

Escrevi sem demora a frase que me veio em mente poucos segundos antes e me deitei novamente sobre a cama, de bruços, enquanto deixava meu rosto escondido pelo travesseiro.

O celular ainda desbloqueado emanava uma luz fraca onde se tinha escrita a frase.

"De nada adianta cobrir os olhos com uma venda, se as memórias ainda passam nitidamente todos os dias."

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Olá! Obrigada por chegar até aqui.

Espero muito que gostem, pois darei tudo e mais um pouco de mim nessa fanfic. Já que quero fazer dela uma estória focada mais em sentimentos.

Me ajude votando nos capítulos.

Até o próximo 💞

Nem por um segundo || PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora