2. Intermitente

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As palavras proferidas correrão eternamente como ondas em meio ao vazio do mundo, mas jamais deixarão de ser repetidas pelo eco da mente que as ouviu.

16/02/19

Não é de hoje que muitos comparam o amor com fogo, onde se é quente e aconchegante quando está morrendo de frio, mas que se um passo em falso for cometido as chamas se tornam inimigas e lhe queimam sem piedade. Na combustão que é a gasolina de sentimentos.

Porém Jimin gostava de comparar o amor à água, por vezes calma e tranquila com diferentes tipos de temperatura e formas. E em seu estado líquido ela se adapta ao recipiente que lhe foi dado. Porém como tudo que está sobre nossas mãos ela desliza, turbulência e causa o tsunami.

E talvez esse seja o grande problema das coisas, dos sentimentos e tudo que agrega nesse mundo. Pois são ancípite, da mesma maneira que uma das opções almeja transcender a outra está lutando para ser elementar.

Jimin sentia dentro de si a confusão obstinada de sentimentos, mas as ignorava com tanto afinco que poderia jurar serem inexistentes. O problema é que não importa quantas correntes e trancas você coloque naquilo que se tende a esquecer, e no quanto você acredita que deixou de sentir e realmente achar que abstraiu.

É uma mentira. Você está mentindo para si mesmo e confundindo-se ainda mais. Tudo o que se esconde, retorna. E tudo que se vai, volta ainda mais forte, como uma onda de mar turbulenta te arrastando para o oceano de problemas o qual você se afastou.

Essa era uma das frases que Jimin desejava ouvir antes de começar a cometer seus repentinos erros.

Ele agora apenas observava da janela do carro a paisagem passar rapidamente, enquanto a música do rádio um pouco alta se expandia pelo local. Sua perna balançava de maneira repetitiva em um gesto falho de controlar o nervosismo e ansiedade em si.

E tudo isso porque um: Estava atrasado para o aniversário da sua melhor amiga.

E dois: A pessoa que não queria ver, estaria lá.

Park sabia que quando chegasse iria fingir que nem ao menos o importava - assim como fez durante toda a semana - mas agora parecia diferente e por isso que nesse momento sua mente trabalhava excessivamente por aqueles poucos minutos. Antes que pudesse estar completamente imerso nas cenas fictícias que ele mesmo criava, a voz de seu pai o interrompeu.

- Não precisa ficar tão nervoso, você nem está tão atrasado - disse ele já abaixando o volume do som e retomando a sua fala. - Falta quanto tempo para chegarmos?

Jimin respirou fundo tentando acalmar seu corpo e olhou para o celular que estava no gps.

- Três minutos...

Realmente não demorou muito para que finalmente chegasse e a voz robótica do gps anunciasse isso em claro tom. Porém ao ver o carro estacionar e olhar para o muro alto da casa do pai de sua amiga, ele sentiu as mãos gelarem.

Todo o nervosismo que Jimin sentia, era dado especificamente por ter exposto os seus sentimentos. Uma atitude tola que ele sempre estava a tomar.

Toda vez que colocava seus sentimentos em jogo e a amostra, ele se tornava um covarde, porque esse era seu ponto fraco.

Acontece que mostrar seu ponto fraco para inimigos pode, dependendo da situação, se tomar uma vantagem. Mas a realidade é que Park nunca soube realmente como tirar vantagem sobre aquele jogo em que se apostava o que para ele era mais caro.

Ele simplesmente entrava naquela roda e arriscava tudo que tinha como um louco, sem ligar para as consequências que surgiriam na rodada seguinte. Porque ele era um viciado e mesmo se ninguém estivesse disposto a jogar, então ele faria isso sozinho.

Nem por um segundo || PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora