O Guia de Remus Lupin para um Namoro bem Sucedido (tradução)

7 [passado]

"Estamos sendo processados."

Os suspiros que quebraram o silêncio da sala eram palpáveis. Todos os membros do conselho, que estavam sentados preguiçosamente e roendo as unhas, de repente sentaram-se eretos com toda a atenção. Alguns lápis caíram na mesa, o choque deixando os dedos frouxos. Era raro, mas não inédito - ser processado, mesmo em uma cidade pequena como aquela. No entanto, era a gravidade da situação que pesava no ar e em suas mentes; a razão pela qual eles estavam sendo processados.

"Isso é ridículo!" John bateu com o punho na mesa. "Eu salvei a vida daquele bastardo-"

"Sem o consentimento dele", interrompeu Raymond Manuel, chefe da cirurgia.

"Ele não estava em posição de consentir!" John cuspiu de volta com raiva. "Ele estava morrendo! Ele não tinha nenhuma identificação, nenhum contato - eu tive que tomar uma decisão e decidi salvá-lo!"

Manuel obviamente tinha muito mais opiniões a expressar e abriu a boca para fazê-lo, quando o Conselheiro Jurídico Sênior, Samuel White, levantou a mão. "Isso não importa. Este homem está claramente furioso por dinheiro fácil, mas tem muito pouco a lutar contra você." Ele começou calmamente e a firmeza em sua voz aliviou alguns dos membros mais fracos do conselho. "É obviamente um caso de homicídio; ou talvez uma briga que deu errado. Investigamos seu perfil; o homem tem uma longa lista de ofensas em sua conta e passou metade de sua vida atrás das grades." Ele sorriu de forma tranquilizadora, mas seus lábios se esticaram muito finos e as linhas de preocupação se juntaram em sua testa. Ele tinha preocupações que obviamente não estava expressando. "Se ele levantar questões religiosas, temos seu arquivo para apoiar John, alegando que de fato não havia identificação no corpo e que ele foi comprado em estado crítico. É provável que o júri fique do nosso lado".

John Lupin cerrou os dentes, sua raiva ainda não aplacada. Ele não conseguia acreditar nas acusações com as quais eles estavam lidando, nem poderia apagar a expressão de puro desprezo no rosto do paciente quando ele acordou há uma semana. O homem havia sido trazido para dentro, a centímetros de distância da morte e seu coração falhou rapidamente por causa do ferimento à bala que havia deixado um buraco em seu peito. John o operou por quatro horas consecutivas; desejou que o homem vivesse mesmo quando a situação piorasse progressivamente. Ele se lembrou da alegria que sentiram com o sucesso da operação e do medo que veio depois, quando ele olhou nos olhos furiosos quando o paciente acordou.

John estremeceu.

Aqueles olhos não eram naturais: amarelados com o branco e com uma espécie de loucura dentro deles que fazia você se afastar do medo. Seu rosto, que John não esqueceria pelo resto da vida; ele estava fortemente desfigurado - tanto por cicatrizes quanto por deformações de nascimento. A mandíbula do homem estava torta, o nariz achatado para um lado e o olho direito manchado com a brancura leitosa que provém da cegueira. Quando ele rosnou e gritou obscenidades, John notou a agudeza de seus dentes - feitos de propósito.

"Temos nossos melhores advogados, asseguro-lhe. Fenrir Greyback não vai se safar com isso".

John gemeu quando os gritos de seu filho de seis meses interromperam seu sonho bastante agradável. Sua esposa, Delilah, mudou de posição em seus braços e deixou escapar um pequeno gemido de descontentamento. "Que horas são?" ele perguntou meio grogue, respondendo sua própria pergunta olhando para o relógio de cabeceira com os olhos semicerrados. Era três horas, em números verdes cegantes, e John fechou os olhos com força, desejando que seu filho caísse no sono sem qualquer intervenção dos pais. Ele sabia que era discutível; Remus nunca chorou sem motivo, muito diferente de seu primogênito.