Nasty protector- Protetor desagradável

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O sol já havia ido quando alcançou o quarto. Uma nova aia adentrou seu quarto, banhou-a, penteou seus cabelos, aprontou sua cama, lhe mostrou a comida e permaneceu ali, sentada em uma poltrona enquanto esperava Cão de Caça voltar.

Clarie passou aquele longo tempo de espera sentada a cama, agarrada a suas próprias pernas, sem olhar a aia. Gostava tanto da presença desta quanto a de Cão, Tyrion ou quanto gostaria da de Joffrey. Queria deitar-se e derramar lagrimas até se cansar e adormecer, mas não o faria sendo observada por alguém que jamais virá.

Ouviu a poltrona de Cão se arrastar do lado de fora dos aposentos e a aia se levantou, parecendo impaciente, e saiu, sem se pronunciar. Apenas evitou Cão, e seguiu pelo corredor, e, assim como na noite anterior, Clarie trancou a porta, e Sandor a ouviu chorar toda a noite, e decidia-se se deveria entrar e mandá-la calar a boca, a esbofetear e se não adiantasse, amordaçá-la. Relutantemente apenas esmurrou a porta.

_Cale a boca, pequeno pássaro. –Ele rosnou irritado e ameaçador, e repensou sobre esbofeteá-la e amordaçá-la.

O dia seguinte havia sido tão ruim quanto. Passou menos tempo nos jardins, sentada naquele banco. Não comeu, apenas mordeu um pão duro a qual Joffrey havia lhe mandado, e permaneceu o resto do dia no quarto, e a noite, mais uma vez, após trancar a porta, ela chorou.

_Cale-se, passarinho, ou colocarei esta porta a baixo, e farei você calar, de um jeito ou de outro! –Sua voz demonstrava sua raiva, seu ódio, e o quanto mortal ele iria ser se ela prosseguisse com aqueles soluços e choraminga. Calou-se, mas na noite seguinte fora a mesma coisa, e mais uma vez, Cão esmurrou a porta. - Poderei encher sua boca com meu pau, e não terá espaço mais para esse seu lamento! –Ele esmurrava a porta mais forte e mais mortal do que nos outros dias, e, um soluço muito alto ecoou pela fresta da porta, seguido por um silencio forçado. Ele só ouvia as tentativas de se manter calada, e isto já o agradava.

A manhã, o pão a qual Joffrey havia mandado a ela, por uma aia, era um pão solitário, sem acompanhamento com sinais de emboloramento, tão duro quanto pedra. Seria capaz de desmaiar Cão de Caça com este, se tivesse coragem de fazê-lo. Não tinha mais forças para chorar, e seus olhos entregavam isto. Sua cabeça doía levemente. Era tudo que comia ali, o pão que Joffrey a mandava. Recusava-se a sentar-se a mesa junto a Lannisters.

Ela ouviu uma leve batida em sua porta, e fechou os olhos. Não queria ver ninguém, mas era algo que temia recusar quem quer que seja. Murmurou para que entrasse, e logo pode ver Tyrion, o anão. Ele sorriu levemente, e acenou com a cabeça.

_Lady Clarie, perdoe a minha intromissão. – Ele dizia calmo, mas era claro a Tyrion que sua presença era incomoda a ela. – Serei breve. Sua presença nas audições com o povo é solicitada. Não falta muito, mas não se preocupe. – Ele parecia querer dizer mais algo, mas desistiu, apenas fazendo uma leve reverência. – Se precisar de Algo, Milady, estou às ordens. – Ele disse, se virando e caminhando com suas curtas pernas um tanto que desajeitado. Clarice fechou os olhos, respirando fundo.

_Milorde... – Ela chamou, e o anão parou de costas, e se virou ligeiramente para olhar Clarie, que permanecia com os olhos fechados, e o rosto virado para a janela. Ela sabia que ele estava ali, então, mais uma vez inflou os pulmões, se dando por vencida e abrindo os olhos, ainda olhando a janela. – Se não for incômodo, gostaria de saber se poderia conseguir que me tragam algo mais comestível. – Ela disse com a voz baixa. – É tão duro quanto pedra, estes pães. – Ela sussurrou mais uma vez, e Tyrion assentiu com a cabeça.

_Mais alguma coisa que possa fazer por você, Lady Clarie? – Tyrion perguntou com a voz aveludada, e ela o olhou não se demorando em seus olhos, voltando seus olhos para o chão.

She's everything he'll never haveOnde histórias criam vida. Descubra agora