Capítulo 1- Acidente

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    */Samantha Narrando/* (Samantha na mídia)

Dias atuais...

— Samantha, Henrique ligou e perguntou se pode cuidar do Louis hoje. Ele e Myara vão sair pra jantar, e aí?— Minha mãe perguntou olhando o celular

— Depende da Aline, se ela não precisar de mim, poderei.— Respondi

    Sou babá tem alguns meses e cuido dos livros da biblioteca da cidade a 4 anos mais ou menos. Isso tudo pela faculdade. Aline é minha chefe na biblioteca, e todas as tardes eu vou até lá para organizar, limpar, vender livros, etc.

  Minha mãe não tem como pagar por faculdade de medicina e de jeito nenhum vou contar com o dinheiro de Anthony. Meu pai, Jared, morreu quando eu tinha 9 anos. Fiquei desolada, mamãe também. Durante 3 meses ela ficou em depressão profunda. Tia Ana, vinha/vem sempre que podia/pode para nos ver e ajudar. Ela é um verdadeiro anjo, para nós.

    Nesse mesmo período minha antiga melhor amiga havia se mudou para a Alemanha, e apesar da ideia do contato frequente ter sido dela(não que eu não quisesse, eu queria) a mesma parou de falar comigo assim que se foi, e perdi duas pessoas; meu pai e ela. 

  E então alguns meses se passaram, e como era de se esperar minha mãe finalmente conseguiu seguir em frente, no quesito romance e no de trabalho; nessa época eu orei muito por ela, que bobagem!

  Em pouco tempo ela se casou com Anthony; no início tudo era flores, e eu fiquei feliz por uns 2 anos. Anthony sempre se mostrava uma pessoa incrível, um grande amigo do meu pai e que parecia que iria nos ajudar e nos fortalecer. A frase: “Bom demais pra ser verdade”, nunca fez tanto sentido na minha opinião.

   Sempre me considerei alguém forte, mas essa situação me deixa tão impotente e incapaz. Faz 6 anos que aconteceu pela primeira vez e só quem sabe é a Amy. Aguentei firme e vou continuar aguentando, pela minha mãe. Falta apenas 1 ano para eu fazer a minha tão sonhada faculdade de medicina e ir embora daqui. Tentarei de tudo para levá-la para morar lá comigo. 

    Minha mãe está totalmente em outro mundo, feliz pelo “melhor marido do mundo” e pela vida “perfeita” que ele proporciona. Sinceramente, ver os vizinhos falando o quanto ele é um homem bom, revira meu estômago. Já tive diversas discussões com a minha mãe por não gostar dele "sem razão".

    A tempos Anthony não toca em mim, mesmo com contínuos olhares nojentos e sorrisos que me arrepiam; não passa disso...

    Bufei me livrando dos pensamentos. Entrei no banheiro e olhei-me no espelho por alguns segundos.

— Você está péssima!— murmurei para o meu reflexo

   Lavei o rosto e escovei os dentes antes de prender meu cabelo em um coque despojado. Saí indo ao meu quarto para pegar minha bolsa. Pus meus livros e cadernos organizados e coloquei a bolsa no ombro.

    Pois é, chegou finalmente, meu primeiro dia no último ano do ensino médio. Não é como se eu achasse que será maravilhoso e diferente dos outros anos, mas será o último, e isso sim é fantástico. Do que estou falando, dessa vez? Sobre ser o alvo ambulante de bullying. 

   “Falta pouco”, é meu mantra! Não me vejo vivendo nesse mundinho de meninas que só pensam em si mesmas ou que contam a caloria de cada comida que elas comem.

   Esse meu jeito era exatamente o  quê nos separava,(eu e uma possível vida social), isso, e também uma cópia exata da Regina George em “meninas malvadas”; Luara Clark. Ela  além de ser capitã do time das cheerleaders, é o próprio satã. Claro que como um bom ser do mal, ela não anda sozinha, tem sua equipe maligna atrás.

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