#ChoquinhosNoEstômago
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Capítulo 2
O determinismo é uma corrente teórica que afirma que há um conjunto de condições que determinam as ações do sujeito no mundo, questionando a existência de algo maior que interliga todos os seres como partes do mesmo contexto.
Segundo ele, há uma determinação da ação e da vida dos indivíduos pelo meio. Sejam fatores genéricos, religiosos ou qualquer outro aspecto.Olhar para as pessoas e divagar profundamente sobre suas existências era algo que eu tinha costume desde criança. Gostava de andar pelas ruas quietas e observar cada casa, me perguntando o que poderia estar acontecendo lá dentro.
Uma família feliz, com uma definição e estrutura de família muito diferente da qual eu conhecia e sempre tive contato. Nem por isso, deixariam de ter amor e amparo.
Pessoas passando por dificuldades da qual, eu tive o privilégio de jamais passar.
Sempre achei intrigante a forma como cada ser humano é único. Não apenas fisicamente, como em seu âmago.
Questionar sempre fez parte da minha persona. Mamãe sempre ficava estressada com a quantia de perguntas que fazia, e dizia que mesmo com meus vinte anos, a fase de perguntas que você tem aos cinco, jamais acabou para mim.
E hoje, particularmente, me questionava sobre o amor.
Ah, o amor.
Todas as obras que consumimos e produzimos, das melhores às piores, elas têm amor.
Mamãe sempre me dizia que o amor movia a humanidade. Moveríamos montanhas se estivéssemos determinados por tal sentimento.
Mais novo, eu achava um tanto quanto cansativo falar demasiadamente sobre um sentimento qual, jamais tive acesso. Até que eu entendi, que amor não é apenas amor romântico.
Amor é amor.
Puro e nítido em sua melhor forma.
Assim que entendi isso, senti que passei a amar a vida. Cada parte dela, cada mísero e irrisório detalhe. Senti que passei a romantizar cada parte da existência e me tornei um ser ingênuo.
Busquei algo ou alguém que pudesse explicar que sentimento era esse, até que finalmente encontrei uma palavra que descrevesse o que eu sentia.
Ambedo: um transe melancólico, você se torna completamente concentrado em seus pequenos detalhes sensoriais. Sejam eles pingos de chuva na janela, as árvores sendo ricocheteadas pelo vento, o vapor do chá esquentando seu rosto em um dia frio. Você sente a fragilidade da vida.
A nostalgia e a melancolia sempre andaram ao meu lado. Me sentia como um romancista egocêntrico ultrarromântico, acreditando que era o centro do universo e meus sentimentos mereciam acolhimento. Lia alguns poemas de Lord Byron e concordaria com sua visão de mundo caótica, também gostaria de fugir de tal realidade desastrosa.
Arte sempre se fez presente em mim. Eu sabia que poderia me dividir em partes, e que cada uma dessas partes teria uma característica diferente. Me encaixaria em cada vanguarda, cada movimento, cada obra. No final, tudo teria a mesma essência: a de se expressar. Exatidão não é para os sentimentais. Somos formados de cada singularidade e elas se ramificam para mais e mais subdivisões.
Eu me encontrava sentado no meio de diversas pessoas, no auditório familiar da minha universidade. Hoseok batia os pés de forma ansiosa, levando a mão na boca uma vez ou outra.

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Prímula
FanfictionEle era a bagunça vestido de jeans e coturnos. Ele me fazia questionar minha sobriedade. Digno da beleza angelical de um Deus da antiga Grécia, carregado com o charme infernal do próprio anjo caído dono do inferno. Apolo. Lúcifer. Park Jimin. •...