#ChoquinhosNoEstômago
Capítulo 8
Encontre o que ama, e deixe que te mate.
Charles Bukowski
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Dos comportamentos humanos, os primitivos sempre foram os meus favoritos de se observar. Mesmo desenvolvendo altas tecnologias, chegando até a lua, descobrindo diferentes planetas e diferentes galáxias, nunca saímos do lugar quando olhamos por outros pontos de vista. E, um deles é, definitivamente, nosso convívio em sociedade.
Claro, parando para analisar, evoluímos sim. Não temos mais mulheres queimadas em praças públicas porque possuem conhecimento medicinal, ou torturas tão evidentes por parte da religiosidade. Mas quando vemos o tanto que precisamos melhorar, isso acaba sendo um passo muito pequeno perto da necessidade real.
Nas minhas inúmeras divagações, cheguei à conclusão que a raiz de todo e qualquer problema está no egoísmo.
Kant, em sua tese sobre o fenômeno, o dividiu em três: Egoísmo lógico, estético e moral. O primeiro deles, quem não vê necessidade em submeter seu juízo de valor ao valor alheio. O segundo, aquele que se satisfaz com seu próprio gosto.
E, por fim, o terceiro: o egoísmo moral. O indivíduo se restringe em si mesmo e não enxerga utilidade em nada nem em ninguém que não lhe traga proveito.
O egoísmo pode vir de sentimentos bons, como por exemplo, o mais puro deles: o amor. Bukowski acreditava fielmente que, o amor era uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, o que faz sentir bem, o que é conveniente. Ele pergunta: como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que amaria mais se conhecesse? Mas nunca vamos conhecer.
E aí entra a crença mística. As crenças externas que vão contra a ciência.
Eu realmente não sei.
Às vezes, penso tanto que sinto que minha cabeça pede por um tempo.
Mas, sabe... Eu acho que, mesmo que conhecesse dez mil pessoas, cem mil que fossem, elas não seriam intrigantes como você.
Queria ter aproveitado cada oportunidade para lhe dizer isso mais vezes, Jimin.
•••
—Eu não acredito que vocês realmente me trouxeram pra uma trilha às sete da manhã.
Hoseok era a pessoa mais iluminada que eu conhecia. Sempre um bom humor que jamais poderia ser questionado.
Menos quando ele acordava cedo. Especialmente se não precisasse.
—Qual é, Hobi, cadê seu ânimo? —Namjoon, como de esperado, era o mais animado.
—Está na minha cama.
Quer dizer, talvez perdesse para a pessoa mais imprevisível dali: Min Yoongi.
Ele carregava uma mochila que talvez tivesse três vezes seu peso. Ele disse que precisávamos nos preparar, nunca sabemos o que poderíamos encontrar em uma trilha.
Tigres, leões, lagartos selvagens, segundo ele.
Era fofo vê-lo pequeno carregando uma mochila que batia em suas penas de tão grande.
—Amor, não fique triste, trouxe suas balinhas favoritas! —E lá estava Yoon, abrindo a enorme mochila para procurar doces às sete da manhã.

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Prímula
أدب الهواةEle era a bagunça vestido de jeans e coturnos. Ele me fazia questionar minha sobriedade. Digno da beleza angelical de um Deus da antiga Grécia, carregado com o charme infernal do próprio anjo caído dono do inferno. Apolo. Lúcifer. Park Jimin. •...