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- Professor, por que temos que aprender a fazer se é ilegal? - Lily pergunta para Slughorn durante a aula de poções.

- Todo o conhecimento é útil Evans. Ainda mais para uma aluna brilhante como você...

- Ou para alguém desesperado como você. - Sirius sussurra para James.

- Eu nunca usaria Amortentia em Lily. Quero que ela me ame de verdade. - Ele sussurra em resposta.

- Ninguém vai usar em ninguém, temos que fazer e entregar para o professor. - Remus disse folheando o livro.

- Qual será o cheiro que cada um de nós vai sentir? - Peter pergunta.

- O James provavelmente vai sentir: o perfume de Lily, o Shampoo de Lily e o sabonete de Lily. - Sirius continua caçoando do amigo.

- Não é impossível. O livro diz que quando já se está apaixonado por uma pessoa pode-se sentir cheiros que remetem a ela.

Os quatro continuam trabalhando em grupo para produzir a poção, que sai mais perfeita do que poderiam ter imaginado, isso ainda faltando cinco minutos para o fim da aula.

- É estranho... - Sirius murmura, respirando fundo o vapor da poção. - Sinto cheiro de roupa limpa, chocolate e whisky de fogo.

- Eu sinto de torta de rim, scones picantes e maçã. - Peter fala.

- Eu... - O rosto de James fica inteiramente vermelho. - Sinto um perfume floral, grama molhada e cheiro de shampoo...

Os outros três o encaram.

- Sim, o shampoo...

Eles riem da vergonha do outro.

- Eu sinto couro, floresta e uma mistura de shampoo, sabão e creme. Parece um cheiro de banho. - Remus diz em sua vez.

Ao fim da aula de poções, Remus é o único Maroto que faz aritimancia, James, Peter e Sirius vão para a sala comunal da Grifinória.

- Essa música ficou simplesmente perfeita. É impossivel que a Lily não ame. - James diz encarando a musica que acabou de compor com ajuda dos dois.

- Sim, principalmente a parte que fala da bunda dela. - Sirius desdenha

- Era só para rimar. - Ele se defende. - E que outra forma mais romântica do que uma musica vocês imaginam?

- Então é bom você pegar o pomo nos primeiros minutos, para aumentar sua moral. 

Uma longa conversa sobre como ganhar esse jogo em tempo recorde se passou e os três ignoraram definitivamente os deveres de casa. Bem, não que Sirius precisa-se faze-los. Ele tinha Florence... E Remus. Por pensar nele... 

- Estou mentalmente exausto, não me perguntem. - Lupin passa pelos três amigos e se dirige direto ao quarto. Lily e os outros grifinórios que fazem aritimancia chegam logo atrás.

- Mentalmente exausto? O que deu nele? - Sirius pergunta.

- Talvez uma conversinha que tivemos. - Lily responde com um sorrisinho malicioso.

James fecha a cara. Ele pode até dizer que sabe que o Remus nunca daria em cima de Lily por ser um amigo fiel e entre outras coisas que ele obviamente é, mas não consegue aceitar que seu amigo tem uma relação com Lily muito melhor que a dele.

- Que tipo de conversa? - Prongs pergunta.

- Ah, você sabe, sobre relacionamentos e paixões platônicas. - E a resposta fica no ar, porque antes que qualquer um possa querer explicações ela se retira para o dormitório das meninas.

- Ela está jogando comigo... - James resmunga.

- Ou ela só é bem mais amiga do Moony do que de você.

- Isso é verdade. - Peter diz.

- Paixões platônicas e relacionamentos... - Potter continua pensando alto. - Será que ela revelou que está apaixonada por mim e não quer admitir.

- Ela revelou a paixão e Remus fica "mentalmente exausto"? - Sirius faz as aspas com os dedos. Estão um pensamento se instaura em sua mente. "Só se... e se Moony que revelou uma paixão... E por quem?" Ele se levanta involuntariamente, e volta a sentar quando percebe o olhar dos amigos. "Se ele estivesse apaixonado por alguém contaria para mim, eu sempre falo das garotas que estou afim. Mas sou sempre eu que falo, ele nunca esteve afim de ninguém, por isso eu pensava que lobisomens são assexuados." Ele encara a lareira por mais um tempo. "Bem, amanhã eu converso com ele, por hoje, vou tomar um banho."

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Remus se encontrava com as cortinas de sua cama abertas para aproveitar ao máximo o que sobrava da claridade do sol poente, enquanto fingia ler um livro.

"Lily está errada." Ele pensou. "Ela nunca erra sobre esse tipo de coisa." Ele se contradisse. "É, Remus, mas é sobre você, e você sabe que ela está errada." "Está errada mesmo?" E essa discussão mental se repetia, isso porque ele não conseguia tirar da cabeça a conversa que teve com ela.

A cena se repetia em sua mente:

- Me diz uma coisa. - Lily se sentou ao seu lado na aula de aritimancia, jogando os livro na mesa. - Algum risco do seu amigo mais idiota pôr Amortentia no meu suco?

- Isso não, ele diz que você vai ama-lo de verdade.

- Ao menos isso é uma qualidade em James. Ele pode ser idiota, mas nunca faria algo para realmente prejudicar alguém.

- Está cedendo Evans? - Ele perguntou.

- Sem chance. Enfim, você realmente acredita que tudo que atrai uma pessoa pode ser resumido em três cheiros?

- Acho que não seria exatamente tudo que te atrai, mas o que te chama atenção no momento. - Remus diz pensativo. - Você sentiu o que?

- Livro novo, brisa na praia e torta assando. E você?

Ele conta a ela os cheiros que sentiu.

- Couro? - Lily ergonta curiosa. - Como assim cheiro de couro?

- Sabe, jaqueta de couro, botas de couro... Esse tipo de cheiro.

Ela o encara como se tentasse passar uma mensagem. Ele encara de volta, ela encara mais profundamente ainda.

- O que?

- Remus?

- Sim.

- Nós dois sabemos que você só conhece uma pessoa que usa coisas de couro.

Certo, não era motivo para ficar mentalmente exausto, mas foi o suficiente para que ficasse quieto o resto da aula e repetindo os pensamentos várias vezes.

Era verdade. Lupin só havia sentido aquele cheiro de couro duas vezes na vida, e nas duas era a jaqueta do Amigo. Mas isso poderia apenas significar que ele gostou do cheiro da jaqueta, não?

A porta do dormitório se abriu, James e Peter entraram, já de pijama e prontos para se deitar.

- Você está bem, Moony? - Peter pergunta.

- Sim, estou ótimo. - Ele percebe que já anoiteceu.

- Sabe que está segurando o livro de cabeça para baixo, não sabe? - James diz rindo.

Remus dá de ombro e boceja forçadamente, deitando sem fechar a própria cortina. Ele nunca fechava. Gostava de ser acordado pela luz do sol. Quando todos já estavam deitados e prontos para dormir, o último morador do dormitório entra exalando o perfume de quem acabou de tomar banho. E Lupin reconhece o cheiro, é claro que reconhece. A mistura de sabão, shampoo e creme que ele sentiu na amortentia. Ele arregala os olhos no escuro e pensa: "Eu estou fodido."





Wolfstar - 6º anoOnde histórias criam vida. Descubra agora