Wolfstar - 6º ano

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No café da manhã do dia seguinte, Dumbledore estava de pé na frente da mesa dos professores, pronto para dar algum anuncio importante.

- Gostaria de chamar a atenção de todos para um aviso importante. - Ele diz. - Por fins diplomáticos, por assim dizer, iremos hospedar alguns professores e alunos dos colégios de magia europeus. - Uma grande agitação por todas as mesas. - Ou seja, receberemos alguns alunos e professores de Durmstrang e Beauxbatons. É melhor eu avisar desde já que o assunto diplomático que será tratado entre os professores tem a ver com a ascensão do lorde das trevas, portanto é melhor que vocês tratem bem os alunos e passem uma boa impressão a todos, quanto mais união entre as escolas, melhor para todos.

- Visitantes das outras escolas! - James disse animado como uma garotinha.

- Nossos visitantes chegaram na manhã de sexta-feira, dia 29 de outubro. Para unir o útil ao agradável, será realizada, na noite desse dia, a melhor festa de Dia das bruxas dos últimos 20 anos.

A conversa ficou tão agitada que Dumbledore sabia que seria impossível restaurar o silêncio, então acabou deixando que o banquete começasse e os alunos discutiram sobre isso.

- Não sei não... Já ouvi falar que os alunos de Durmstrang são mestres em magia das trevas, é a origem de Grindelwald! - Peter disso enquanto comia.

- Pode até ser, mas não se deve julgar uma escola por um bruxo que deu errado. - Lily diz. - Vejam, Você-sabe-quem veio de Hogwards.

- Sem contar que qualquer um fica sexy nos casacos de pele de Durmstrang. - Sirius fala em tom de deboche, sorrindo de canto para Remus, que revira os olhos.

- Quem se importa com casacos sexys? É a maior festa em vinte anos! - Marlene estrou na conversa.

- Será que vai ter bebida? - Dorcas pergunta animada.

- É claro que não! Vão ter crianças na festa. - Lily e Remus dizem ao mesmo tempo.

- Nada que não possamos resolver. - James diz, intercalando o olhar entre Sirius e Marlene. 

A aura de empolgação não desapareceu em nenhum momento durante as próximas duas semanas, que foram cheias, inclusive, de trabalho para os monitores, que ajudavam com os preparativos, e cheia de trinos para as equipes de quadribol, grifinória e sonserina jogariam dia 30, para os alunos das outras escolas poderem assistir. Agora faltava apenas um 24 horas para a chegada dos visitantes, todos falavam da festa de Dia das bruxas com a maior animação possível, até Remus, que geralmente não se empolgava tanto com festas, estava entusiasmado. 

James havia convidado Lily para o baile - claro - mas não da maneira escandalosa e vergonhosas que ele costumava convida-la, mas de forma normal e levemente dramática, com flores multicoloridas encantadas para brilhar como uma discoteca e, no fim, um "na amizade, já que me deu a chance de sermos amigos". E - mais incrível ainda - ela aceitou.

Remus e Sirius estavam bem próximos, não haviam tido outra oportunidade de escapar com a capa da invisibilidade de novo, mas continuavam segurando as mãos por debaixo da mesa, trocando beijos sempre que estavam sozinhos pelos corredores ou pelos jardins... Como estavam agora.

- Sirius, vão nos ver! - O moreno pressionava o lobisomem contra uma pedra alta, não muito distante da cabana de Hagrid.

- Ninguém vem aqui durante o dia, Moony. - Ele diz no ouvido do outro da maneira mais sensual que Lupin já ouviu alguém dizendo uma frase normal. Por Merlin! Era irresistível. 

Ele apenas se deixou beijar e se beijado. Em um estado de êxtase viciante. Se ao menos tivessem algum lugar para se esconder e ficar a sós.

- Que romântico... - Uma voz sarcástica fala atrás dos dois, seguida de uma onda de risos. - Olá irmão, olá- Quem é você, mesmo?

Regulus e Snape estavam lado a lado na frente de um grande grupo de sonserinos, todos eles comensais da morte mirins.

- Quando achei que aqui poderíamos ter reuniões privadas. - Ele ri.

Remus e Sirius se separam, mas continuam lado a lado encarando o grupo. Remus tentou manter uma cara calma, mas estava desesperado por dentro, mais que isso, estava em pânico. Sentiu sua mão ser agarrada por Sirius com força.

- Acho que mamãe não vai gostar muito das novidades...

- Não devo satisfação nenhuma a Walburga. Você também não deve, mas aparentemente não se cansa de ser o fantoche dela. - O Black mais velho diz rispidamente para irmão. Nem mesmo o atrevido do Severus se mete na briga de família, Remus não precisava ser um gênio para saber que, para o bando de comensais mirins, era muito mais divertido ficar na plateia.

- Não tente me convencer que estou errado, já tentou uma vez e tudo que conseguiu foi sair de casa chorando. Você não se cansa de envergonhar a família? De trair seu sangue?

- Você não se cansa de se deixar controlar por uma maluca elitista?

- Uma maluca elitista que querendo ou não também é sua mãe, você carrega metade dela em você! Deveria honrar isso. - Regulus grita.

- Honrar? Você acha uma honra ser acorrentado por seus antepassados? Você acha uma honra ter a vida controlado por sua mãe? Então continue nesse caminho, e não vai demorar muito para estar na cama com Voldemort! Ou pior, com a prima que Walburga escolher para você casar. - Sirius cospe todas as palavras como se estivesse a tempos esperando para dizer isso. Lupin queria apenas poder empurrar seu namorado para longe de toda essa confusão familiar, mas ele estava com os pés tão firmes no chão que seria como tentar mover a rocha em que se beijavam minutos atrás.

- Vocês... - Regulus se aproxima do irmão, mas aponta tanto para ele quanto para Remus. - Vocês me dão nojo.

Regulus sai andando como uma versão de Walburga mais jovem e masculina, sendo seguido pelos outros sonserinos, que sussurravam e riam.

- Sirius, eu sinto muito... - Remus diz sem jeito, não fazia ideia por onde começar.

- Pelo que? Você não tem nada ver com os comportamentos do meu irmão. - Sirius diz estranhamente calmo, ao que Lupin percebe, não ser calmaria, mas uma tentativa para não chorar.

Por cerca de meio segundo Remus pesou um dizer que tinha avisado que seriam vistos, mas isso seria muito insensível, então abandonou a ideia.

- Não era para ele ser assim... - Sirius murmura, soltando a mão do outro para se sentar com as costas na pedra, abraçando os próprios joelhos.

- Que? - O lobisomem se senta  ao lado dele.

- Regulus. Ele não era assim, sempre fomos tão próximos na infância... Então eu fui para grifinoria, depois ele para sonserina, depois eu comecei a enfrentar mamãe e papai e... - No mesmo momento Remus conseguiu ver duas coisas que nunca se lembrava de ter visto: Sirius chamando sua mãe de "mamãe", não de Walburga, e Sirius chorando. - Ela me torturou sabia? Disse que seria minha última chance de pensar em meus desvios e me redimir.

Então era isso... Sirius nunca gostou de sua família, mas Remus nunca imaginou que eles poderia tortura-lo.

O irônico na situação em que os dois se encontravam agora, era que ela era oposta ao habitual. Black era quem estava pondo para fora suas frustrações, e Lupin é quem tinha de abraça-lo.

Depois de um tempo na mesma posição, os dois decidem ir para o almoço, e Sirius, por incrível que pareça, estava completamente recomposto. Como se nada do que tivesse acontecido naquela manhã fosse mais do que um pesadelo do qual se acorda gritando até se acalmar.

Remus queria poder pensar assim também, mas sua mente estava tão cheia que a cabeça chegava a doer. O boato iria se espalhar: fato. James e Peter ficariam chateado porque não contamos nada para ele: fato. Tudo ficaria bem porque eles se amavam e bla bla bla: provavelmente fake.

Enquanto comiam os namorados se sentaram de frente um para o outro, mas foi o lobisomem quem ficou com vista para a mesa das outras casas. Ele conseguia sentir o olhar dos sonserinos, e conseguia praticamente escutar que falavam sobre eles (mas essa parte, ele sabia, era apenas uma alucinação auditiva de sua mente perturbada). Ele via quando Snape falava algo para um colega do seu lado, que ria e falava para outro que ria mais ainda e o ocorrido se espalhando como um telefone sem fio.

Apenas Regulus estava quieto, olhando fixamente para a própria comida.