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Remus passou a semana inteira com dores cada vez mais fortes, até que na manhã de sábado, quando todos do terceiro ano para cima estavam agitados com a ida a Hogsmead, e Lily teve de lidar com todos os deveres dos monitores sozinha, ele mal conseguia se virar na cama.

Ele não foi tomar café da manhã, porque estava "muito entretido com sua leitura" (desculpa para não sair da cama) e passou o almoço se obrigando a engolir a comida rápido e correr para vomitar no banheiro.

- Talvez devesse ir ver Madame Pomfrey... - Murta-que-geme estava flutuando próxima da privada que ele usava para passar mal. - É a quarta refeição seguida que sai por cima...

- Nenhuma poção para enjoo vai me ajudar Murta. - Remus lava a boca e o rosto em uma pia. - E você não deveria ficar invadindo o banheiro dos monitores, eu poderia estar pelado.

- Eu já vi centenas de alunos pelados... Aprendi a não reparar.

Murta-que-geme dá uma risada estranha e desaparece pelo encanamento de uma privada. Ele segue dolorosamente para o dormitórios. Agora estaria completamente vazio, já que a ida para o vilarejo era em meia hora. 

James estava uma pilha de nervos. Tinha ficado a manhã inteira arrumando o cabelo, que no fim ficou igual ele sempre usa, pediu ao Sirius - grande erro - para ajudá-lo em um feitiço de perfume e ficou "acidentalmente" com cheiro de lixo, mas Remus conseguiu ajudar. Lily parecia, a propósito, menos arrumada que o habitual, mas Potter obviamente a achou "deslumbrante" "divina" "perfeita"...

Mas não importava muito, não é como se fosse a primeira vez que Lupin deixava de ir para Hogsmead com os amigos. Ele se deitou de barriga para cima. Como será que Prongs estaria se saindo com Lily? Quantos galeões Peter já teria gastado na dedos de mel? Onde-

- Então, planos para hoje? 

Remus arregala os olhos, voltando para a realidade.

- Sirius? O que está fazendo aqui?

- Achei que iria apreciar minha presença. - Ele faz um biquinho magoado e se senta aos pés da cama do amigo.

- Eu aprecio... Só achei que fossem sair hoje. - Remus tentou se sentar, mas as dores protestaram firmemente contra isso, então pode apenas gemer e voltar a deitar.

- Está com muita dor? - o amigo pergunta. Ele pensou em negar, mas do que adiantaria isso agora? Então ele assente com a cabeça. - Posso fazer alguma coisa para ajudar? - Remus nega. - Nem uma massagem?

Ele não diz nada prontamente, porque por um momento ele não conseguia processar que Sirius estava lhe oferecendo uma massagem, logo depois ele pensou que a última coisa que ele precisava era de seu melhor amigo, por quem ele nutria sentimentos além da amizade, ficasse tão próximo dele, e por último se viu aceitando a massagem com aceno de cabeça.

- Deite de bruços.

"Maldito momento em que fui aceitar" ele pensa com um alerta vermelho girando em sua mente. Ele sentia as mão de Sirius viajando por cima de sua camiseta como se estivesse tocando suas costas com brasa quente. Mas a massagem realmente funcionava, toda a dor de cabeça e dor no corpo parecia ter sido substituída pelas borboletas no estomago. Remus enterrou o rosto no travesseiro, o amigo não precisava perceber que ele estava rubro como um tomate.

- Está bom? - Agora suas mãos desciam sua coluna lentamente, se aproximando de sua lombar com os polegares.

- Uhum... - Ele concorda. 

Aos poucos, a tensão que o lobisomem sentia foi diminuindo, e ele conseguiu apreciar os toques e a atenção do outro, relaxando cada vez mais. Não se lembrava da última vez que conseguiu dormir tão tranquilamente.

Wolfstar - 6º anoOnde histórias criam vida. Descubra agora