Entregue-me seu coração

Bônus Sarah

Depois que Lize saiu fiquei sentada no sofá pensando no que fazer. Uma parte de mim estava triste por ter magoado o Vinícius e outra, feliz por finalmente minha amiga se permitir viver um pouco.

Lize estava certa, eu deveria me desculpar com Vinícius, no entanto estava insegura, com medo de sua reação.

Fiquei no sofá ponderando se deveria ligar pra ele ou se deveria ir vê-lo. Depois de uma pequena batalha interior resolvo ir até seu apartamento e me desculpar pessoalmente. Era o mínimo que eu poderia fazer, ele merecia isso.

Cerca de meia hora depois eu me encontrava em frente ao seu prédio. Meu coração batia tão rápido que achava possível ser ouvido por alguém que passasse por mim. Respirei fundo e reuni toda a coragem para subir e bater em sua porta.

Francisco o porteiro, já me conhecia e sabia que minha entrada era autorizada. Ele acenou pra mim desejando boa noite e fiz o mesmo.

Estava tentando me manter calma, mas cada vez que eu me aproximava do seu andar ficava mais nervosa.

Parei em frente sua porta e por um instante hesitei em tocar a campainha.

Você veio aqui pra isso.

Minha mente lembrou. Toquei a campainha e aguardei ansiosa. Vini atendeu a porta usando apenas uma bermuda e com uma lata de cerveja na mão.

Era inegável o quanto ele era bonito. Seus cabelos estavam molhados mostrando que acabara de sair do banho. Algumas gotas escorriam por seu peitoral o que fez minha mente fantasiar minha língua passando por ele colhendo cada gota.

_Sarah o que faz aqui?_ sua pergunta me tirou do transe em que me encontrava.

_Eu queria conversar com você. Será que podemos?_ perguntei temendo por sua resposta.

Ele me analisou por um segundo antes de me dar passagem.

_Pode entrar.

Fiquei no meio da sala um pouco sem jeito. Vinícius me olhava com indiferença e isso me incomodava. Também, depois de despedaçar  seu coração eu não podia esperar por outra coisa.

_Quer beber alguma coisa?_ ofereceu.

_Não obrigada.

_Senta, fique a vontade._ apontou para o sofá de dois lugares que estava ali. Me sentei em uma extremidade, enquanto ele ocupou a outra.

_Vou ser bem direta. Quero me desculpar pelo forma como agi com você._ digo olhando em seus olhos.

_Você não merecia isso...

_Não merecia mesmo._ interrompeu-me.

_Sinto muito. Eu fui uma idiota.

_Você foi sim._ concordou.

Pois é, se eu estava me sentindo mal antes agora estava me sentindo muito pior. Segurei a vontade de chorar e decidi ir embora.

_Bem, é isso. Já vou indo._ quando fiz menção de levantar ele me segurou.

_Eu não terminei._ diz de forma decidida.

Apenas balancei a cabeça concordando para que ele continuasse.

_Você partiu meu coração, me deixou arrasado. Jamais em toda minha vida forçaria uma mulher a ficar comigo contra sua vontade.

_Sei disso. Sei também que, foi eu quem insistiu para transarmos._ confessei.

_Mesmo assim eu devia ter dito não. Infelizmente nos excedemos na bebida e isso dificultou as coisas._ diz dando um longo suspiro parecendo cansado.