A única certeza que temos é da morte, sendo nossa ou das pessoas em volta. Era a única certeza que Daryl Dixon tinha, sem motivação para continuar sua vida após a perda de seu melhor amigo. Disposto a passar o resto da sua vida na repleta solidão is...
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Blake Miller ~ Três anos atrás…
O subsolo parecia estar vazio, o tremor no chão a alguns segundos atrás me fez ter a certeza de que as bombas enterradas funcionaram; a sed iria cair. O caos não estava aqui dentro mas provavelmente estava na superfície e enquanto caminhava apressadamente em direção ao quarto do Bill, após deixar Beatrice com Michonne e ela me contar onde "viu" Lexie e Daryl pela última vez, peguei-me pensando em Frank e me perguntando se o mesmo estava bem. Não só nele é claro, todo o pessoal que se disponibizou a nos ajudar, gostaria que todos estivessem bem…
Essa noite entraria grifada no meu livro da vida, principalmente em relação a grande "surpresa" que Beatrice tem para contar a todos.
Quando cheguei no corredor que da ao quarto do Bill, a porta estava aberta e estranhei tanto silêncio. Andei rápido até lá, quase correndo, e quando coloquei meus pés dentro daquele cômodo um arrepio morbido me fez engolir em seco. Cheirava a sangue, tudo revirado e muitas coisas quebradas. Meus olhos revisaram tudo, desde a faca ensanguentada em cima da cama até a cena pavorosa que estava bem a minha frente. Daryl estava sentado sobre Bill, olhando fixamente para aquele corpo destruído e sem vida, suas mãos estavam ensanguentadas e inchadas, ele estava em transe.
Percorri meu olhar apurado pelo quarto procurando por Lexie, no qual só a vi após me inclinar sobre a cama e ve-lá desmaiada no chão, pálida e brilhando com o suor, seu corpo estava repleto de escoriações e hematomas. Atravessei a cama, sentindo meu coração se apertar, me agachei e a envolvi em meus braços, colocando-a sobre a cama. Lexie estava queimando em febre.
Misericórdia. merda aconteceu aqui?!
— Daryl? — Chamei de longe. — Ei, está me ouvindo?
Dei alguns passos em sua direção e quando estive perto o suficiente, pude ver o completo estado do Bill. Seu rosto destava tão inchado que seria difícil reconhece-lo, seu maquicilar estava completamente torto, Daryl tinha quebrado. Não era uma visão nada agravadel, dava agonia. Tinha tanto sangue de baixo do corpo que o cheiro era bem forte. Bill zumbi acordaria em breve.
Aproximei-me mais até alcançar-lo, e com um toque em seu ombro o chamei.
— Daryl? — Meio que gritei.
No momento seguinte eu não entendi muito bem o que aconteceu, mas ele reagiu tão rapidamente que se eu não reagisse, recuasse passos para trás, levaria um soco.
— O que há com você? Sou eu! — Falei alto, mostrando as mãos.
Daryl já tinha se levantado e me olhava um tanto quanto assustado e atordoado. Foi quando percebi como seu pescoço estava inchado.
— Você está bem? — Perguntei, baixando as mãos e me aproximando um pouco. — Precisamos sair daqui ou seremos soterrados.
Ele me olhou fixamente por um tempo e sem me responder se virou e caminhou até a cama, até Lexie. Eu estava ainda chocado com aquilo, mas fiz questão de terminar com o resto que sobrou do Bill, e com a faca que estava em cima da cama dei fim no morto. Tinha acabado, chega de sofrimento, chega de desgraça.
A C A B O U.
Bill Wilkins estava morto.
Suspirei e agradeci, tanto aos céus como também a todos nós, principalmente aqueles dois. Daryl e Lexie. Ergui meu olhar e olhei para eles, onde Daryl tinha muita dificuldade para cobri-la com seu casaco, suas mãos estavam horríveis.
— Deixa comigo! — Falei de prontidão, caminhando para perto deles e vestindo-a com o casaco. — Você já fez demais, eu levo ela. — Comentei, já pegando minha irmã no colo e caminhando em direção à porta, Daryl vinha logo atrás.
