II

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#CaçadorxFeneco

"Coração, você precisa ser corajoso, é seu destino limpar o mundo desses seres. Eles são traiçoeiros, eles são o mal desse mundo."

Sábado a noite, as luzes neon brilham, mais uma vez, e saio do restaurante dez minutos mais cedo. Vejo Jimin ali, na porta da sua loja, se despedindo de um cliente. Assim que o senhor saiu, levou seus olhos lilás para mim e acenou com um movimento de cabeça.

— Oi — sorri me aproximando. — Trabalha amanhã?

Negou com a cabeça, com as mãos nos bolsos, me fitando dos pés a cabeça.

— E você?

Neguei também e fiquei mais perto, ao lado das rosas. Jimin tem no olhar algo que não consigo decifrar e isso me deixa louco.

Porque preciso entender qual é a sua, o que ele faz aqui, nessa cidade cheia de sujeira e gente podre. Porque alguém como ele resolveu vir para cá?

— As vezes sinto que quer me perguntar algo e não pergunta, me deixa um tanto nervoso — disse ele e ri. — É sério.

— Ah, eu fico curioso quando vejo você... queria saber o que faz aqui no distrito nove.

Balançou a cabeça, olhou para as luzes atrás de mim e depois para os próprios pés, com um olhar felino.

— O aluguel. É barato — passou a mão nos cabelos grafite, que reluziram a luz amarelada da floricultura. — É o que faço aqui, mas... Poderia estar fazendo outras coisas também.

Engoli seco ao ouvir isso, ele está flertando comigo ou só falando por falar?

— Pode sim — respondi no mesmo tom e Jimin levantou uma sobrancelha. — Vai querer carona hoje?

Pensei que iria negar, mas o prateado olhou as horas em seu relógio de pulso e me olhou nos olhos com um sorriso sugestivo.

— Vou fechar aqui, me espera.

Afirmei com a cabeça, ajudei com um ou dois cestos, o menor se move com agilidade e quando saiu da loja apagando as luzes e trancando, chegou bem perto do meu corpo e levou suas mãos até o cós da minha calça.

É como se seu toque me queimasse. Eu preciso levar ele pra minha cama urgente.

— Vamos. — sorriu me soltando. — Onde você mora?

Feito.

Quando me dei por mim, já estávamos subindo as escadas do prédio aos beijos. Minha boca devora a sua com força e suas mãos me arranham. Como se fossem garras, Jimin me puxa mais e mais para ele e eu não consigo parar.

É impossível. Destranquei a porta e ele a fechou me empurrando contra ela. Seu cheiro é das flores, seu gosto é de amoras, e por um momento a minha mente queria me avisar de algo sério.

A ansiedade tocou meu coração, e ele me empurra para o fundo do apartamento pequeno até encontrar minha cama.

— Você tem gosto de amora — disse vendo ele tirar a camisa. Jimin tem o corpo bonito, marcado e sua cintura é fina. Minhas mãos encaixam ali perfeitamente.

Porque isso soa como um alerta? Jimin sorriu e seus olhos brilharam na luz levinha do quarto. Me sinto fora de mim, como se fosse embriagado pelo gosto e pelo cheiro, fui despido sobre minha própria cama e ele levou um tempo beijando meu corpo, como se cada pedaço meu merecesse atenção e eu fiquei observando cada movimento seu.

Apertou minha cocha com força, e seus olhos foram aos meus por dois segundos antes de envolver meu membro com sua boca. Soltei um gemido ao sentir seu toque.

Me chupando com força, parece que minha alma vai sair do corpo, nunca senti algo assim, parece que nem estou ali, ao mesmo tempo que sim.

Minha cabeça antes dizia pra parar e agora ela se desliga. Jimin sentou em mim um tempo depois, ele é apertado e quente, mas safado, tanto que senta de costas para mim, para que eu visse meu pau entrar e sair dele.

Não deveria me entregar para um estranho desse jeito, ainda mais alguém que trabalha do lado da minha loja, mas aqueles gemidos, ele geme tão gostoso.

Me sentei para segurar seus cabelos para trás, e pude ouvir ele ronronar. Não é um gemido, Jimin soltou um som estranho, de prazer, mas diferente.

— Isso é bom — disse jogando a cabeça para trás e eu o beijava pelo ombro, pelo pescoço, sentindo seu perfume floral, sua pele tão gostosa. — Você é... você é incrível...

Talvez eu seja, mas o que ele é que meus sensos não conseguem descobrir?

Segurando seu membro com minha mão larga, o fiz gemer mais ainda com meu toque na frente e atrás, até que gozasse.

— Ah, meu... Deus — soltou me apertando as coxas com força. — Mais, não para...

Como? Ele acabou de gozar... E eu já iria em breve, mas continuei do jeito que pediu, porque eu sinto que faria qualquer coisa por aquele homem.

Continuei metendo, ouvindo ele gemer e tremer no meu colo. Depois de tantas estocadas, meu corpo está suado, molhado, junto ao dele e o mordi no pescoço.

Quando fiz isso, ele soltou o mesmo som estranho que dá primeira vez e gozou na minha mão pela segunda vez e eu pela primeira, dentro dele sem querer.

Fomos irresponsáveis, transando sem se conhecer, sem proteção, por impulso, por luxúria e uma coisa que possuiu meu corpo por um tempo.

Tempo esse que nem percebi passar, deitei na cama exausto e olhei as horas no celular, como que já são uma da manhã se chegamos, mais ou menos, umas nove da noite? O que ele fez comigo?

Jimin me fitou, e seus movimentos parecem tão leves, como se não pesasse uma pena.

— O que é isso no seu pescoço? V? — tocou minha pele de leve, deitado do meu lado. O olhei nos olhos, agora não brilham mais.

— Um apelido... Dado por minha família. Significa Vingança, ou Quinto, sou o quinto filho do meu pai — disse sem problema algum e ele ficou sério ao ouvir. Jimin olhou para o colchão por dois segundos. — O que foi?

— Eu... Acho que preciso ir embora — suspirou. — Mas você é incrível, Taehyung... muito.

— Não vai. — pedi levando minha mão aos seus cabelos e ele fechou os olhos roçando sua cabeça na minha mão, soltando um ronrono de novo. — Fica aqui, eu... vivo sozinho faz muito tempo, gostaria da sua companhia.

Jimin abriu os olhos lilás e sorriu pra mim, deitando no meu peito. Parece ouvir meu coração. Ficamos assim a noite toda, o resto dela pelo menos, deitados no meu quarto escuro, e ele desenha com a ponta dos dedos as marcas da luz do poste na parede.

O cheiro das flores é menos forte agora, e o gosto de amora ficou na minha boca.

Naquela madrugada, apaguei em algum momento, e me lembro, de relance, ter ouvido a janela do meu quarto abrir, e uma sombra na luz da parede.

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O Caçador E O Feneco | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora