"Somos poucos, mas somos eficientes."
E estamos aqui, no começo da história, onde eu estou deitado sobre a cama vazia, com cheiro de cerveja, olhando a luz do poste, como a gente fazia antes. A pelúcia que lhe dei está no meu colo, parece com ele e as vezes finjo que é. Converso, me declaro, falo tudo sobre meu dia. Choro como criança.
Porque sua beleza e toda a sua graça não está mais aqui. Ainda cuido das suas florzinhas da casa, todas estão vivas, mas até elas sentem falta do dono.
Com dor no peito, vaguei pela casa, regando todas as flores e comprei, no fim da tarde de domingo, abacaxis e as frutas que ele gostava de comer, além de amoras. Deixo elas pela cozinha, porque assim sinto seu cheiro.
Sinto tanta falta dele, porque eu o perdi assim? Eu prometi que iria proteger...
Desanimado, deitei a cabeça na mesa, ouvindo Jungkook no viva voz falar sobre a vida dele, porque me ajuda a esquecer um pouco meus problemas. Comendo as frutas que cortei no pote, observo na geladeira uma foto nossa, do dia que fomos ao parque.
Suspirei pesadamente.
— Amigo, está me ouvindo? Esses dias vieram aqui tirar as coisas de Jimin da floricultura... — dizia e eu fechei os olhos. — O que aconteceu? Ele foi embora...?
— Não quero falar disso, Jungoo — respondi sério e antes de responder, ouvi o som da janela da sala quebrar. — Acho que alguém invadiu a casa — sussurrei e desliguei o telefone.
Levantei devagar, e peguei a faca do suporte, a maior faca de carne que tenho. Na espreita, encostado na parede, apareci na sala pronto pra qualquer coisa, quando vi no sofá um pequeno ser sendo iluminado pela luz do poste.
Suas orelhas enormes se moveram, assustado com a minha faca, ficou em posição de ataque e eu pensei, que talvez, pudesse ser um parente de Jimin.
Como vou explicar que falhei? Larguei a faca no chão e fraco pelo meu fracasso, me joguei de joelhos a sua frente chorando.
— Veio procurar ele... Não foi? — dizia desesperado. — Ele foi embora, ele se foi, meu Jimin morreu... mataram. Perdi meu único amor, a pessoa que a vida me ligou...
O bicho desceu do sofá devagar e se aproximou mais um pouco.
— Falhei, sabe? De que adianta ser forte se não pude evitar?
Ainda no escuro, deitei a cabeça no chão, me entregando pra dor que nunca cura. Então, o feneco me tocou com sua patinha peluda e esfregou o topo da sua cabeça no meu queixo.
Assim como Jimin sempre fazia quando se transforma na lua cheia. Seu toque parou, e abri os olhos para procurar ele, dando de cara com uma imagem que pensei ser loucura da minha cabeça.
Nu e um tanto perdido e sujo, está Jimin, sentado no chão.
— Jimin?! — exclamei e ele esfregou os olhos.
— Taehyung-ie... estou com fome e... Não entendi nada do que disse — resmungou, mas eu o puxei para meus braços. Tirei minha camisa do DragonBall e o vesti imediatamente. — Achou que eu tinha morrido?
Afirmei chorando muito e ele subiu no meu colo, me abraçando forte.
— Anjo, tive de fugir com medo... Quando seu irmão falou sobre um feneco, pensei que era eu, mas entendi depois que não, era outra pessoa...
Ainda chorando, beijei seu ombro, pescoço e seu rosto, desesperado para entregar todo amor e carinho que sinto. Jimin segurou meu rosto e sorriu para mim, beijando meus lábios.
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O Caçador E O Feneco | vmin
FanfictionPRIMEIRO LIVRO DA SAGA. 2: ECLIPSE 3: AURORA Kim Taehyung é o quinto filho de sua família, marcado com uma tatuagem de V, foi treinado por toda a vida para ser um caçador de criaturas mágicas. Mas hoje ele trabalha em um restaurante, em um distrito...