VIII

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Um mês depois.
Park Jimin

Meu irmão me mandou uma carta quando soube do meu casamento. Podemos uma foto, usando nossas roupas, com Jungkook no meio, declarando nosso amor um pelo outro. Nunca tive muitos amigos, mas os poucos que tenho me parabenizaram.

Estou fazendo um arranjo de rosas para a senhora Somi, que mora no fim da rua e faz cinquenta anos amanhã. É essa é minha vida agora, eu faço arranjos, decoro pequenas celebrações, ganho um dinheirinho, não é muito, mas o suficiente para parar o supermercado.

Taehyung trabalha no restaurante do centro, um lugar bom, recebe muitos visitantes e é muito interessante, porque nunca o ouvi reclamar de chefe grosso e colegas irritantes.

Somos um casal de jovens que mora em uma casinha pequena e bonita, com um quintal grande cheio de flores e uma pequena orta. Como meus pais foram um dia.

Pela noite, deitado no chão, pois ainda não temos sofá, estou comendo um abacaxi com a mão e vendo o jornal local. Hoje vai chover, bastante, fiquei preocupado com Taehyung.

Não durou tanto, ouvi o barulho da chave virar e era ele.

— Amor, que bom que chegou, vai chover pra cacete — disse e ele tirou os sapatos com a jaqueta, vindo na minha direção, deitou no chão.

— Ah, vim correndo, estou cansado... andar de bicicleta é cansativo — suspirou e beijou minha mão.

Vendeu sua moto para comprar a casa. Mas pelo menos não precisamos mais pagar aluguel de nada. É uma casinha simples, um quarto, sala com cozinha, banheiro minúsculo, mas o quintal é grande e eu amo, porque posso me transformar e correr por aí livremente.

Taehyung adora me ver como feneco, e eu amo quando ele me pega no colo e cuida de mim com delicadeza.

Amo tanto ele. Taehyung é grandão, forte, fala alto e tem um jeito da cidade grande impregnado nele, o que deixa engraçado quando vamos colher as coisas na ortinha.

A chuva caiu forte, apagamos as luzes da casa, deitamos na varanda, onde ela não bate, e ficamos olhando o quintal. Ele me colocou entre suas pernas, me esquentando com seu calor, beijando minha nuca.

— Quero fazer uma tatuagem também — disse.

— Hum, ae? Onde?

Suspirou. — Não sei ainda, mas quero fazer uma flor.

— Vai ficar lindo, meu amor — me beijou mais uma vez no pescoço. — Quando dinheiro sobrar vamos fazer.

Ouvi o som dele abrindo a lata de cerveja com uma das mãos. Taehyung bebe todo dia como sempre fez, mas agora não é mais pra dormir em paz, ele bebe quando está feliz.

Pra mim, quer dizer então, que eu o faço feliz todos os dias. Infelizmente, não sou um híbrido como os antigos, tempos atrás, híbridos mesmo que homens, podiam gerar um filhote. Não era simples e nem fácil, mas acontecia em certos casos.

Digo infelizmente, porque passou pela minha cabeça que a gente poderia ter uma família. Mas tá tudo bem, nosso amor é grande e fiel, na hora certa, quem sabe, adotamos uma criança.

Deitei minha cabeça em seu peito e ao som da chuva, dormi profundamente, enquanto ele toma sua cerveja gelada e sente meu cheiro de amora.

E juro que antes de apagar de vez, ouvi: — Amo você, Jimin-ah. Obrigado por me tirar da escuridão.

💜

Era pra ter saído no dia de São Valentim, tá tarde? Acho que não.

Espero que tenham gostado, foi uma fic surpresa.

Amo todos vocês e se cuidem.

O Caçador E O Feneco | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora