Cap. 2 - Abertura dos Jogos

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No BDSM, os casais são tão diferentes
e têm necessidades tão díspares
como pessoas existem no mundo.

Saint Thomas
Virgin Islands
Jantar de abertura. Charlotte Amalie.

A noite em Charlotte Amalie, a capital de Saint Thomas, era digna de um cartão postal. Todos os participantes do torneio foram buscados no aeroporto e levados ao hotel em que se
celebraria o jantar de abertura.

Tinham chegado por volta das seis da tarde. Só precisaram entrar na recepção e dar seu
nome e o de seu par, entregaram-lhes as malas com os mapas da Ilha, dos resorts em que se
hospedariam, os transportes particulares com os quais contariam e as localizações que visitariam, além dos horários de cada evento e os inícios de cada prova.

O torneio tinha uma organização brilhante.
Lauren admirava o contraste das luzes portuárias da ilha, o mar azul e calmo, a noite estrelada e os pequenos barcos e iates atracados não muito perto da orla, balançados pela leve maré tropical, ladeados ao horizonte pela ilha de Hassel. O clima era quente, estava em pleno verão, por mais que houvesse umidade nas ilhas caribenhas, o sol e o calor regiam os dias.

Havia vestido um jeans escuro fino e uma camisa branca de linho fresco e gola chinesa, que colocou graciosamente dentro da calça, uma parte sim e a outra não.
Com o olhar fixo na lua cheia, apoiada no incrível mirante do hotel resort que a organização reservou para eles, pensava unicamente nela.
Na bruxinha de lindos cabelos castanhos e olhos de fada que havia abandonado para mantê-la a salvo do jogo e dela própria.

Camila não merecia ter uma companheira como ela: uma que era capaz de deixá-la amarrada numa árvore, à mercê de qualquer louco que pudesse feri-la. Apertou os dentes e esfregou a nuca.

Cada vez que se lembrava disso, sua pele se arrepiada e um suor frio cobria sua testa e suas mãos. Os nervos. O estresse. O medo.

O chicote nas mãos de Billy Bob e o corpo de Camila cruelmente açoitado a perseguiriam a vida toda.
Mas Lauren necessitava focar apenas em sua missão. Deveria deixar as emoções de lado. Havia sido ingênua e uma puta ignorante em pensar que poderia ensinar Camila e não ficar grudada nela como uma viciada e não querer larga-la mais.

Estúpida! Sua necessidade de dominar tinha nascido para Camila, seu instinto protetor era dela.
Seu amor necessitado... Essa era Camila para Lauren m. E depois de estar dentro dela, depois de introduzi-la nos gostos do prazer-dor, dos orgasmos estratosféricos, como poderia achar que a mulher não ia grudar debaixo de sua pele?

A menina roubou seu coração para sempre.
A adolescente esquentou seu corpo.
A mulher, definitivamente, roçaria sua alma, e Lauren não teria outra opção a não ser hesitar e fazer o que os Amos de coração fazem com suas mulheres escolhidas: cravar os joelhos e entregar sua vida por elas.

Sorriu tristemente. A abandonara. Teve medo, medo pelo acontecido com Billy Bob, medo
por não saber mantê-la ao seu lado, terror por pensar que, depois do acontecido, ela se
aterrorizasse cada vem que ela se aproximasse para jogar e, sobretudo, tinha medo de expô-la no jogo e não poder protegê-la das mãos das criaturas.

Dragões e Masmorras Ds não era um torneio simples. Havia muitas combinações para fazer
com as cartas, objetos e personagens; combinações que poderiam salvá-los das garras dos Orcs, dos Macacos voadores, dos Homens lagarto e da Rainha das Aranhas. E muitas vezes essas combinações não eram suficientes. Lauren era consciente de que Camila era uma agente infiltrada, e sim, se tivesse que jogar com eles, jogaria. Mas Lauren não queria que fizesse isso.

Compartilhá-la a destruiria. Não era esse tipo de Ama. E por todas essas razões a traiu, deixando-a sozinha em sua casa e afastada da missão.

Camila nunca mais voltaria a falar com ela. Não se aproximaria dela de novo. Tudo estava
acabado.

CAMREN: Princesa Com Alma de Dragão (G!P) - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora