Cap. 10 - Em Prancha do Mar

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"Não importa quão grandes
sejam as lágrimas de uma submissa; será amada e venerada por
como as deixa cair".

Prancha do Mar
Saint John

O maldito tapa-olho pinicava e pressionava muito seu olho. A roupa de pirata era agradável, mas Lauren não se sentia cômoda absolutamente.

A Prancha do Mar era um restaurante muito espaçoso e requintado, localizava-se no interior
da ilha. Tinham disposto várias mesas de costa a costa da enorme sala e todo cenário estava com decorações de pirata. As luzes azuis simulavam o interior do mar e tingiam as peles dos presentes dessa cor celeste.

Os participantes, todos vestidos de piratas, bananeiros e donzelas, desfrutavam
caracterizados tal e como estavam, com suas máscaras douradas, negras, vermelhas, brancas... e tapa-olhos de todas as formas e de todas as cores.

Uma noite de máscaras piratas. Alguns inclusive brincavam com suas espadas falsas, fingindo que eram temerários corsários.

Lauren tinha passado uma tarde horrível: pensando em Camila constantemente e temendo que Markus lhe fizesse coisas que ela não estava disposta a aceitar. O amo poderia dar-se conta do pouco familiarizada que estava sua companheira com o BDSM e poderia suspeitar sobre sua verdadeira identidade. No mínimo, não entenderia o que fazia uma mulher como Camila em um torneio de
praticantes avançados de dominação e submissão.

Foi ao banheiro para molhar o rosto e secar o suor.

E se Markus a machucou? E se a tinha submetido? Para cúmulo, não havia sinal audiovisual da câmera de seu colar de submissa, nem tampouco áudio dos micros. Era como se estivesse em paradeiro desconhecido e a terra a engoliu.

Nick, com uma impecável camisa branca, um chapéu de corsário com elegantes plumas
brancas e calças negras com botas, entrou no banheiro e se dirigiu para lavar as mãos,
posicionando-se justo ao lado de Lauren.

—King.

—Tigrão.

—O calor é insuportável, verdade?

—Sim, é. E ainda mais vestidos assim.
Lauren tinha os olhos verdes cravados no espelho, olhando seu próprio reflexo, úmido e gotejante pela água.

—Tudo bem? —perguntou Nick, através do espelho, fazendo referência à missão.

—Sim. Falta pouco para a final, verdade?

Não puderam falar ainda. Thelma tinha ocupado Nick; embora esperava que essa noite, de madrugada, pudessem ficar no hotel ou nos cantos para dialogar longo ou apressadamente sobre os avanços de Amos e Masmorras.
Nick parecia cansado e preocupado por algo.

Fazia tempo que Lauren não via seu amigo tão
melancólico. A última vez que o viu assim foi um ano atrás, quando sofreu todo aquele
rocambolesco incidente. Assunto que, por certo, nunca voltou a levantar com ele, pois
compreendia que Nick continuava violentado pelas lembranças.

—Posso te fazer uma pergunta indiscreta, Tigrão?

—Me fará do mesmo jeito.

—Bem visto. Por que eliminou Sophiestication? Por que essa necessidade de jogar em casal
com Thelma? Tanto o incomodava a outra submissa?

Os olhos ambarinos de Nick desafiaram a agente através do espelho.

—O fato, feito está. Sou muito ciumento com minhas amas e necessito que me deem toda a
atenção. Não deve haver distrações e eu gosto de monopolizar.

CAMREN: Princesa Com Alma de Dragão (G!P) - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora