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Capítulo 6

“ Eu não posso lidar com isso”

A manhã estava tranquila. Acordei, fiz meus exercícios matinais tranquilamente, tomei minha vitamina, um banho e me arrumei para o trabalho.

O escritório também estava tranquilo, teria uma reunião logo no início da manhã com alguns investidores.

A paz reinava naquela manhã tranquila até que o furacão de cabelos castanhos adentrou a sala gritando sem se importar com o restante das pessoas presentes.

— Nós usamos camisinha todas as vezes?

Olhei dela para os outros quatro homens que estavam sentados na mesa de reuniões. Alguns deles escondendo a vontade de rir da mulher parada na porta.

Podia sentir meu rosto quente e com certeza se tornando da cor de tomate.

Pigarreei encarando o rosto de Hande e apontei discretamente para o resto da sala.

Ela olhou ao redor e percebeu que não estávamos sozinhos. Fechou os olhos e quando abriu pude perceber que estava procurando uma saída pelo que falou ao entrar como louca na sala.

— Senhor Bursin, não sabia que não estava sozinho, eu... hã... — ela estava cheia de si quando entrou e agora estava perdida? Ótimo — eu queria discutir se usamos camisinha em todas as vezes no teste drive da campanha. Sabe aquele que fizemos com a equipe de testes? — ela mudou o peso de uma perna para a outra — eu não lembro se usamos.

Assenti com a cabeça e me recompus.

— Conhecem a nossa diretora de marketing? Senhorita Hande Erçel — aponto para Hande que sorri e acena com a cabeça um cumprimento desajeitado e envergonhado para os homens presentes na sala. — Cerrto senhores, acho que terminamos aqui — levanto da minha cadeira e dou um aperto de mão em cada um — peço desculpas pela interrupção, é um prazer fazer negócio com vocês.

Antes de deixarem a sala eles varrem a mulher com os olhos, que se põe de lado para que eles possam sair.  Observo Hande fechar a porta, se encostar nela e bater uma, duas, três vezes antes de se virar para mim com o semblante estupidamente vermelho.

Não vou negar, eu queria muito rir da situação, mas não acho que ajudaria agora.

— Achei que estivesse sozinho... — Atravessa a sala se apoiando em uma das cadeiras. — Eu realmente achei que estivesse.

— Por isso invadiu a sala com o intuito de discutirmos quantas vezes usamos camisinha? — Hande passa suas mãos finas pelo rosto e me encara como se quisesse me matar com o grampeador arrumado sobre a mesa. — Achei que estivesse me evitando.

— Não é engraçado tá bom? Desfaça esse sorrisinho besta. É um assunto sério senhor Bursin.

Me aproximo dela deixando que a cadeira permaneça entre nós.

— Por que todo esse desespero? É claro que usamos camisinha... — Ela suspira aparentemente aliviada deixando os ombros relaxarem. — bom nas duas primeiras eu tenho certeza. — Hande se ergue mais diante de mim e vejo os músculos do seu rosto tensionarem. — As outras estão um pouco confusas.

— Tá de brincadeira? — Ela quase grita.

— Hande! Por que toda essa obsessão com camisinha agora?

— Por que eu tenho o direito de saber se o cara com quem eu dormi entrou em mim com camisinha caramba. — Ela bate as mãos no encosto da cadeira. Cerro meus olhos no rosto dela, ela fica muito sexy irritada.

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