Capítulo 3: Aquele lugar

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Kim Min Kyu

Ha Rin negou veemente o comentário de Lee Do Hwa, e eu apenas a observei até seu olhar voltar em minha direção. Dei de ombros, tentando demonstrar que não me importava com sua atitude. Eu já estava acostumado.

Ter boatos sobre um relacionamento que não tem, deve ser incômodo. Por um lado entendia sua reação. Mas de algum jeito eu me sentia incomodado pela forma como Ha Rin reagia. Desde o colégio sempre reagiu dessa forma.

Sentia-me diminuído, mesmo sabendo que essa não era a sua intenção. Mas era notório o quanto ser vista como minha namorada era constrangedor para ela. Eu não tinha uma imagem ruim, e também não era uma má pessoa.

— Enfim, quero o mesmo que Lee Do Hwa pediu. — pedi.

Ha Rin esboçou uma expressão ameaçadora e fiz-lhe uma careta, ignorando-a completamente. Em seguida, levantei da cadeira e fui em direção à cozinha, encontrando com a avó que estava terminando o pedido de Lee Do Hwa.

— Avó, eu quero o mesmo. — falei, surpreendendo-a.

— Min Kyu! Você chegou! — exclamou, alegremente.

— Nunca vou deixar de vir. — respondi, abraçando-a.

Ha Rin invadiu a cozinha e de maneira ciumenta, separou-me da avó, jogando-me contra a parede. Seus olhos pareciam ferver de raiva e me fuzilavam, era sempre divertido suas expressões, mas às vezes assustavam.

— Do que estava rindo? O que você falou pra ele?

— Tá doida, é? — retruquei, segurando risada.

— Kim Min Kyu, eu vou te chutar daqui até Marte!

Sim, suas palavras saíram de forma ameaçadora mas aquilo não me amedrontou em nada, muito pelo contrário. Vê-la reagir daquela forma, sempre fora um encanto aos meus olhos. Por que Ha Rin conseguia ser tão especial?

Antes que eu pudesse responder, a avó aproximou-se, atraindo o nosso olhar. Era claro que aquela situação em que estávamos acontecia de forma constante, mas a avó não gostava de nos ver provocando um ao outro assim.

— Ha Rin, não seja malvada com ele. — disse.

Em resposta às suas palavras, Ha Rin suspirou e eu segurei uma risada. Dessa forma, eu sabia que não ouviria mais palavras ameaçadoras enquanto estivesse ao olhar da avó. Ha Rin iria obedecê-la, mesmo querendo me matar.

— Você pode vir aqui fora comigo? — perguntou.

Levantei uma sobrancelha e levei meu olhar ao teto, como se estivesse a pensar naquela proposta, fazendo com que Ha Rin franzisse o nariz de raiva. Apesar de querer rir com sua reação, segurei risada e a segui para fora da cozinha.

— Não posso demorar, vou almoçar com o Do Hwa.

— O que você estava falando com ele?

— Que paranóia... Eu só o cumprimentei pelo apelido dele na época de escola e acabamos rindo ao lembrar disso.

— Ah... Hum... Ele falou alguma coisa de mim?

— Não, você chegou do nada igual um touro maluco.

— Touro maluco? — retrucou, irritadiça.

— Sim, só que um touro um pouco mais irritado e feio.

— Acho que você não se olhou no espelho hoje.

— E eu preciso? Estou lindo todos os dias. Seus olhinhos sempre me dizem isso quando eles brilham ao me ver.

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