Capítulo 15: Desde sempre

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Meus lábios ficaram sobre os seus por alguns segundos, e eu podia sentir sua maciez. Quando afastei-me e abri os olhos, vi Min Kyu lentamente fazer o mesmo. Nos olhamos e em seguida, olhamos ao redor afim de ver se fomos vistos.

Ninguém parecia ter dado muita atenção para nós, então senti-me aliviada por isso. O braço de Min Kyu ainda estava envolto em minha cintura, mantendo-me colada ao seu corpo. Acho que ambos estávamos em estado de choque.

- Quero ir para a casa. - disparei.

Soltei-me de seu braço quase que imediatamente e iniciei meu caminho de volta para o carro, correndo debaixo da chuva. Não olhei para atrás, mas tinha certeza que Min Kyu estava tentando me alcançar com o guarda-chuva.

Quando cheguei ao carro, tentei abrir a porta do carona, mas estava fechado. O que não era surpresa, mas minha cabeça ainda não estava funcionando direito. Não demorou nem dez segundos para Min Kyu chegar.

Senti sua mão agarrar meu punho e virar-me de frente para ele. Dessa forma, minhas costas chocaram-se contra a porta do carona. Eu estava encurralada, sem muita escolha do que fazer além de olhar para os seus olhos castanhos.

Min Kyu havia desistido do guarda-chuva e o acessório estava fechado. Seu cabelo castanho estava consideravelmente molhado por conta da chuva, vê-lo assim, fez meu coração acelerar um pouco mais.

Sem dizer nenhuma palavra, Min Kyu soltou o guarda-chuva que estava em sua mão e este foi de encontro ao chão. Seus olhos estavam fixos em meu rosto, e sua feição estava séria de um jeito que nunca vi antes.

Eu estava prestes a pedir desculpa, quando senti seus lábios sobre os meus. Minha única reação foi responder ao beijo. Sua mão direita veio de encontro à minha nuca e seu corpo pressionou-me contra a porta do carona.

Um beijo ardente iniciou-se, seus lábios buscavam os meus com ansiedade e eu correspondia da mesma forma. Nossas línguas se encontraram em uma dança silenciosa, deixando transparecer todo o desejo que guardei por tanto tempo.

Durante o beijo ouvi o carro ser destrancado pelo alarme e Min Kyu então guiou meu corpo para a porta detrás. Sem deixar que nossos lábios se afastassem, Min Kyu abriu a porta do carro e seu corpo caiu sobre o meu no banco.

Não tínhamos muito espaço, mas também não precisávamos. Min Kyu fechou a porta atrás de si, e enfim estávamos longe da chuva e de qualquer olhar. Minha mão direita buscou os fios de seus cabelos e agarrou-se a eles.

Nossa respiração começou a tornar-se ofegante, eu apertava meus dedos entre seus fios enquanto sentia meu corpo arrepiar-se a cada aperto que Min Kyu dava em minha cintura. Eu não conseguia e não queria sair dali.

Nosso beijo foi interrompido e eu por fim consegui respirar livremente, algo que estava ficando difícil. Min Kyu respirou fundo com seus olhos e corpo ainda sobre mim, e foi quando percebi que ele também não me deixaria sair.

- Ha Rin... Eu amo você.

Suas palavras saíram de maneira tão firme que senti todo o meu corpo despedaçar. Eu estava entorpecida, sem reação. Apenas olhava para seus olhos que me encaravam apaixonados, eles brilhavam como eu nunca vira antes.

- Eu sou apaixonado por você. Desde ontem... Desde sempre. É só você, sempre foi. Sempre vai ser, Ha Rin.

Meu coração gritava dentro do peito e o oxigênio do carro parecia ter desaparecido bruscamente. Não consegui respondê-lo, apenas beijei-o outra vez, de uma maneira ainda mais ansiosa do que anteriormente havia feito.

Eu o amava. E eu queria dizer isso de volta, mas de alguma maneira, por algum motivo, não consegui. O que eu estava fazendo, não parecia ser certo de modo algum. Da mesma forma que eu parecia tê-lo, sentia que poderia perdê-lo.

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