Capítulo 10: E a saga continua

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A nossa jornada para pegarmos HHH ocorreria em outra cidade. Assim, partimos bem cedo no outro dia. Mal tomamos o nosso café-da-manhã e já íamos para mais uma sonhada recompensa. Eu estava planejando conversar antes, a sós, com o xerife daquele povoado acerca da minha provável volta pra casa, mas dada a minha euforia por termos conseguido cumprir uma missão, acabei não tendo tempo...

Dessa vez, fui um pouco mais informada sobre o tipo de fora-da-lei que iríamos enfrentar. Olhei várias vezes os cartazes de "Procurado" e, pela foto de Hawkeye, percebi que ele era um homem de barba e cabelos escuros.

— Hawkeye Hank Hatfield — começou Bob — é um pistoleiro e grande assaltante. Ele costuma roubar os trens de carga, daí suspeita-se que ele tenha ligações com o contrabando. Se com Greedwell tínhamos que ter cautela, com Hawkeye temos que ter cuidado dobrado, dizem que ele é rápido no gatilho.

Por falar em ser rápido no gatilho, após a troca de tiros com Simon, que, felizmente, resultou em sua derrota, mas também num ataque de coceiras em Steve, este – por sua vez – não chegou a falar nada comigo e nem foi grosseiro (suspeito que tenha dedo do Cormano aí). Contudo, simplesmente me ignorava, parecia fingir que eu não estava ali com eles...

Estávamos então andando a pé na nossa caçada a HHH. Eis que, talvez por um milagre dos céus, quatro belos cavalos estavam abandonados no nosso caminho, com cores que eu nunca tinha visto num animal desses antes. Um tinha o pelo amarelado com a crina da mesma cor. O segundo era de um tom escuro que lembrava o azul. O terceiro era também amarelo, mas com a crina esverdeada. Por fim, o último era lindamente rosado. O curioso era que cada um desses equinos combinava com as roupas que os quatro cavalheiros, que me acompanhavam, vestiam.

— Acho que podemos pegar esses cavalos e usarmos para encurtar nosso tempo de viagem, senhores — disse Steve, continuando a me ignorar.

E foi o que eles fizeram. Cada um, aliás, montou naquele animal que combinava com a sua vestimenta. Como eram apenas quatro cavalos, acabei montando no cavalo rosa junto com Cormano.

Seguimos cavalgando até chegarmos a uns trilhos. Como Bob tinha nos dito que HHH roubava cargas de trens, me toquei que poderíamos estar perto do bandido.

— Cavalguemos por aqui paralelamente aos trilhos — aconselhou Billy. — Conheço o trajeto desse trem: ele vai para o leste.

Seguimos o que foi recomendado e fizemos o sentido do trem em questão. Nem deu cinco minutos e, de repente, bandidos armados apareceram nos próprios trilhos. Quase fiz xixi nas calças! Antes que começasse mais um bang bang, Cormano se virou para mim e disse:

— Perdón por ter te envuelto así... Para ya estar vindo estes bandidos es porqué Hatfield sabe que estamos aquí... Esto será peligroso! Segurate en mí, sí?

Ainda com muito medo, me segurei fortemente nele, ficando imóvel. Deveria estar também fazendo uma cara de apavorada... Ainda bem que aqueles homens, que estavam comigo naquela jornada, eram ótimos quando o assunto era atirar. Aqueles malfeitores foram neutralizados rapidamente. Alguns capangas também apareciam quase que do nosso lado, mas em momento algum aqueles quatro rapazes baixaram a guarda, mantendo-se em constante vigilância.

Do nada, apareceu uma carruagem bem típica de faroeste na nossa frente. Nela, havia um bandido desarmado, mas que começou a jogar umas toras de madeira no chão para que os cavalos que estávamos montando tropeçassem e, com isso, nos derrubassem. Os meninos nem pensaram duas vezes, se livraram rapidamente daquele marginal atirando nele e, parecendo que aquilo foi ensaiado, conseguiram fazer com que cada um dos equinos desse um majestoso salto sobre as toras. Só pude me agarrar com mais força às costas de Cormano e, com isso, soltar um gritinho de pura adrenalina!

The BitsmasterOnde histórias criam vida. Descubra agora