Capítulo 05: Primeiros momentos de terror

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Estávamos a caminho até a mansão do senhor Barrows. O carro estava sendo dirigido pela própria senhorita Mary, o que me fez estranhar, pois como um homem tão rico quanto Simon Barrows não tinha também um motorista? Será que a pobre Mary fazia tanto os serviços domésticos quanto os externos tudo sozinha? Ignorei esses questionamentos, enquanto conversava com as outras garotas sobre como seria nosso futuro na nova casa. Aliás, eu ainda tinha a convicção que Margaret conseguiria, de alguma forma, rastrear os meus pais e, assim, eu voltaria para o meu verdadeiro lar. Aproveitei que Jennifer se encontrava do meu lado e puxei assunto:

— Então Jennifer, você tava lá no orfanato há muito tempo?

— Eu vivia lá desde mais ou menos meus seis anos de idade. Minha mãe morreu quando eu era pequena, logo só tinha meu pai mesmo. Ele era médico e, um dia, quando foi atender um chamado na casa de um paciente... ele... sumiu... — concluiu ela triste.

De repente, o carro deu uma freada forte. A senhorita Mary rapidamente se desculpou:

— Perdão, meninas! Creio que vi um animal pequeno passando pela estrada e daí parei assim tão bruscamente...

Ainda assustadas com a freada, assentimos com a cabeça. Prossegui quieta o resto da viagem, enquanto as outras garotas continuavam a conversar. Um tempo depois, Mary anunciou:

— Ah meninas! Esqueci de falar para vocês: a mansão do senhor Barrows fica depois de uma trilha numa mata. Teremos que parar não muito perto da mansão, ou seja, faremos parte da nossa viagem a pé.

Finalmente chegamos até onde dava para o carro andar. Começamos então nossa caminhada até a casa do senhor Barrows.

— Laura, depressa! — disse Lotte. — É melhor a gente chegar à mansão antes do pôr-do-sol!

Laura então apressou o passo. Eu estava andando ao lado de Jennifer, que falou:

— Senhorita Mary?

— Sim? — respondeu a mulher mais velha.

— Que tipo de lugar exatamente a gente vai viver de agora em diante?

— Oh! Não se preocupe: a mansão Barrows é muito legal! — respondeu Mary. — Estamos quase lá. Está vendo?

Ela tinha apontado para uma grande estrutura, que logo reconhecemos como uma mansão. A residência em questão formava um quadrilátero, de modo que dava para perceber que havia as alas leste e oeste, sendo ambas ligadas por duas estruturas menores, as quais julguei serem correspondentes a corredores. Uma torre mais alta se destacava em um dos cantos. O que seria aquilo?

Minutos depois, chegamos de fato ao nosso destino. Mary pegou as chaves, abriu a porta e nisso nós entramos.

— Que lugar enorme! — exclamou Laura sem esconder a surpresa.

— Sim! Só este cômodo aqui, que parece uma entrada principal, é gigantesco! — complementou Ann. Não dava para discordar dela. Aquele hall, apesar da pouca mobília contida, era realmente espaçoso.

— Bem, meninas, eu tenho que avisar o senhor Barrows sobre a chegada de vocês. Fiquem à vontade e me esperem aqui — ordenou Mary.

Nós todas fizemos um sinal positivo com a cabeça e a mulher saiu pela próxima porta, fazendo com que a perdêssemos de vista. Nos sentamos nas cadeiras, que ficavam em volta de uma mesinha, e retomamos a conversa:

— E aí meninas, curiosas para saberem quem é o misterioso senhor Barrows? — perguntou Ann com um sorrisinho.

— Bem, sim... — respondeu Jennifer sem dar muita importância.

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