Amanhã é um novo dia...

343 27 2
                                    

Subi para o andar superior em direção ao meu quarto.

Estava tudo exatamente igual, mas notava-se que tinha sido limpo e tratado ao longo dos anos.

Arrumei as minhas malas, tudo no sítio onde devia estar...

Acabei a tarefa 1 hora depois, e por fim dirigi-me para a sala.

O meu pai já lá estava sentado no sofá a ler o jornal, parecia preocupado.

-Estás bem?- perguntei.

-Ahm...sim...- a sua voz estava trémula.

-Anda lá...já não sou uma criança, podes dizer-me.

-Ok...têm começado a ocorrer assassinatos nesta cidade. Esta manhã foram encontrados mais dois corpos...

Não sabia o que dizer...fiquei chocada com a notícia...

-Bem, mas há polícias a tratar do assunto, não te preocupes, não te vais magoar.- disse-me, tentando fazer com que me acalmasse.

-Mas os outros vão...

-Jane...a sério...isto há de se resolver.

-Mas até lá vai continuar tudo na mesma!

O meu pai suspirou e, com toda a calma que tinha, disse-me:

-Não vamos começar assim, pode ser?

-Está bem...- não, não estava tudo bem, sentia que tinha que fazer alguma coisa, só não sei como.

-Olha, porque é que não vais comer uma pizza, a dois quarteirões daqui há uma pizaria muito boa.

-Deixa-me ir só buscar a carteira.

Saí da sala, fui ao quarto buscar a minha bolsa e voltei para a beira do meu pai.

-Não vou demorar.- respondi.

-Quero que me ligues de hora a hora, ok?

Olhei para ele nos olhos e fiz um pequeno sorriso de gozo.

-O que é? Não me podem culpar por ser um pai preocupado, pois não?

Cheguei-me perto dele e dei-lhe um beijo na testa.

-És o melhor...- sussurrei ao seu ouvido.

-De ti não se pode dizer grande coisa...mas olha, é o que se arranja.

Sorri-lhe novamente e fui para o exterior da casa.

Estava muito calor, mas uma brisa fria e agradável penetrava o ar fazendo a combinação perfeita.

Olhei em volta, agora para onde é que devo ir?

Admito...pensei em voltar para trás, mas resisti a essa tentação e caminhei pelo passeio, ainda que com algumas hesitações, e ao fim de meia hora tinha encontrado a tal pizaria.

Observei-a e só depois é que entrei pela porta de vidro que deixava transparecer o seu interior.

Sentei-me numa mesa e esperei que alguém me viesse atender.

A pizaria estava muito cheia, e como era um pouco pequena o barulho ecoava sobre as paredes.

Um grupo de três amigos entrou pela porta de vidro e dirigiram-se a mim.

-Olá, és nova aqui, não és?- perguntou um.

-Ahm...sim.- respondi.

-Vais adaptar-te bem...- disse- Já agora, podemo-nos sentar aqui? Não há mesas disponíveis, por isso...

The same thing (Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora