The same thing (Pausa)

Medo, raiva, ódio...

...ao virar-me consegui ver um rosto desconhecido...era um rapaz alto, com cabelos loiros e olhos azuis.

-Quem és tu?!- perguntei, afastando-me dele numa distância considerável.

-Desculpa, não te queria assustar.- respondeu.

Como assim? Ele estava-me a seguir, era óbvio que me queria assustar.

Deu um passo em frente, o que me fez recuar.

-Ok...compreendo...- disse-me.

-Porque é que me estavas a seguir?

-Estavas a falar com o Marcus na escola...de onde é que o conheces?

-Não te interessa.

-Bem, ele tem umas contas a pagar para comigo...

Ao fundo da rua vi outra sombra...o que me assustou. Será que isto seria uma brincadeira de mau gosto?

-...o problema, fofa, é que é impossível fazê-lo pagar pelo o que me fez...tentei de tudo, mas nada...a não ser que amanhã ele veja a sua amiguinha esvaziada em sangue no meio da rua...acho que seria um castigo suficiente.- continuou ele.

O quê?!

-Não tens culpa, mas tem que ser...- o rapaz acariciou a minha cara, empurrei-o e ele caiu ao chão.

Comecei a correr na direção contrária à tal sombra.

Quando estamos a ser perseguidos a única coisa que nos vai em mente é fugir, entramos em pânico e não nos importamos com o resto...é a pior sensação que alguma vez tive.

Temos receio e ódio pelos que nos perseguem...e a única pergunta que fazemos a nós próprios é: "Porquê eu?!".

-Não vais fugir!- gritou.

Ouvi um barulho de uma pessoa a cair atrás de mim...desviei por um segundo o olhar para o rapaz e vi que ele a sangrar deitado na estrada.

Não percebi nada do que estava a acontecer.

Então, alguém foi atrás de mim, não consegui ver a sua cara, devia ser a tal sombra que antes me observara.

Continuei a correr, já estava farta de perseguições para um dia.

De repente, senti uma mão a agarrar e puxar-me o braço, eu desequilibrei-me e caí na estrada.

-Sou eu, sou eu Jane...- disse Marcus, tentando fazer com que eu parasse de lhe dar murros e pontapés.

-Marcus? O que é que fazes aqui?- perguntei, ainda meio confusa.

-Vi o Edward a seguir-te...tinha de saber se ele ia magoar-te...- disse-me, uma expressão preocupada invadiu o seu rosto-...Estás bem?! Estás a sangrar!

Olhei para a minha anca, estava vermelha e parecia estar a piorar. Nem sequer tinha reparado que me tinha magoado ao cair.

-Não é nada...- disse, quase sem voz, pois me estava a faltar o ar de tanta dor.

-Tens de ir para o hospital...- o Marcus atou à minha cintura um lenço que eu tinha na carteira.

Pegou em mim ao colo e levou-me até ao passeio para não ficarmos no meio da estrada.

Ligou a alguém, não percebi quem, e disse-me:

-Já nos vêm buscar, não te preocupes Jane, vai ficar tudo bem...

Sentamo-nos no chão frio e húmido. Fiquei no colo do Marcus enquanto ele me fazia festas no cabelo para eu relaxar.

Reparei que ele tinha as mãos feridas, só não sabia porquê.