Capítulo 35 - Luxúria.

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Capítulo 35 – Luxúria.

Kimberly:

                Eu estava mais confusa, surpresa e em choque do que nunca! Como ela podia ter um câncer terminal? Como ela pode desenvolver um tumor tão raro como esse, em tão pouco tempo?!

–Qual... Qual foi o diagnostico? – Cada palavra que saia de minha boca, pareciam adagas perfurando minha garganta.

                Daniele suspirou e com calma falou:

–Tumor cerebral, um tipo raro do qual não tem muitos casos, coisa de um em um milhão. Com base nos dados deles, a poucos casos para se basear em algo e todos eles tem um resultado diferente, então eles acabam não podendo prever o porquê ou a causa, mas supõem que seja um erro genético. – Daniele riu de forma seca e continuou. – Bom, mas essa não foi à pergunta.

“O diagnostico é bem simples na verdade, como já disse por esse tumor ser um em um milhão e todos os casos serem diferente um do outro, ele não sabem me informar quando ou como vou morrer, não sabem dizer se vou ter uma pista, ou melhor dizendo, um aviso de meu corpo como algum órgão começar a falhar ou algo no meu corpo que grite ‘ Ei! Você está começando a morrer! Vá imediatamente para um hospital!’ – Riu mais ainda da própria piada. – Não sabem me dizer nem quanto tempo de vida eu tenho, só souberam dizer o que todos os outros disseram: você pode morrer daqui dois dias, dois meses, ou dois anos ou até mais, mas também pode morrer daqui um minuto, hora, dia, não a maneira de se prevenir sua morte, Daniele. Infelizmente seu tumor é incurável. Eles podiam ter dito algo como ‘ infelizmente você é uma granada sem pino e com defeito, querida. Pode explodir a qualquer minuto pegando todos de surpresa.’ Mas como sempre preferiram a maneira mais sem graça.”

Daniele fitou o nada por segundos e depois acabou se voltando para mim.

–É isso o que eu sou, uma granada sem pino e com defeito, que pode explodir a qualquer minuto, e machucar todos ao meu redor. Como naquele livro a culpa é das estrelas, ele está totalmente certo. É um saco viver com isso. –Disse fitando suas mãos. – E adivinha, ainda estou pensando em um nome para o meu tumor, sabe como nos estudos eles ainda não deram um nome concreto, estou pensando em um, você pode me ajudar a escolher. –Disso sorrindo, mas não havia graça alguma em seu sorriso ou naquilo.

–Isso não tem graça. –Eu disse séria a fazendo me olhar e assentir como quem se desculpasse pelo que disse. – Então foi por causa do seu tumor que você terminou comigo e simplesmente desapareceu sem dar noticias? – Perguntei a pegando de surpresa.

                Daniele assentiu suspirando e procurou minha mão, entrelaçando nossos dedos assim que encontrou.

– Foi, mas apenas porque eu sabia que você surtaria e te machucaria mais ainda, e antes que diga que não surtaria, sim você iria, fez isso há minutos quando disse que tinha um câncer terminal muito raro. Você iria até o inferno para achar uma cura, mas só iria se decepcionar mais ainda. Olha para mim, Kiki! Estou um caco, não queria que me visse assim ou acompanhasse isso de perto! Eu estaria sendo egoísta, estaria te poupando de uma vida com outra mulher saudável da qual você pudesse construir um futuro, para ficar com a que só lhe traria sofrimento e dor!

–Não foi certo. – Falei rapidamente, travando o maxilar para impedir o choro.

–Claro que foi! Eu não era egoísta, não conseguia ser! – Daniele disse e segundos depois começou a rir de repente, me deixando confusa. – Isso é tão cômico!

–O que? O que é cômico?

–Tudo isso! Eu aqui, explicando meu diagnostico e dizendo que não sou egoísta, quando a verdade é que cada milímetro do meu corpo está implorando para que eu seja!

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