Capítulo 30 - Nem por um bilhão de beijos?

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Capítulo 30 – Nem por um bilhão de beijos?

Kimberly:

                “Senhorita” essa foi à palavra que me despertou de meu sonho.

–Senhorita, acorde. –Disse a aeromoça quando finalmente a encarei. –Nós já pousamos.

                Me lembro de ter dito algo com uma voz embargada pelo sono a aeromoça e saído do avião. O céu de Los Angeles estava começando a se despedir do crepúsculo para dar espaço a um céu completamente escuro. Deveria ser 19h ou 20h graças ao horário de verão.

Caminhei despreocupada pelo aeroporto e completamente perdida também. Não me lembrava de muita coisa sobre L.A, praticamente fazia anos desde que estive aqui. E acredite por mais que aeroportos fossem quase todos iguais, mesmo assim eu ainda continuava perdida.

–Kimberly! –Uma voz familiar soou no aeroporto em meio à multidão que caminhava de um lado para o outro arrastando suas malas. –Aqui!

                Me virei a tempo de ver Emilio vindo sorridente em minha direção. Os cabelos pareciam mais grisalhos de que o normal, os olhos verdes estavam um tanto fundos como se não dormisse direito há dias. Parecia até mais magro que o normal e isso me preocupou.

                Mas o sentimento de preocupação desapareceu e fui tomada pela saudade, assim que me vi nos braços de meu pai. O cuidado de sempre ao me abraçar, com medo de que eu me quebre; Os ombros largos se fechando ao meu redor como se fossem me proteger de todo mundo para sempre; A mistura de cheiro de hospital e perfume masculino que era tão familiar. Tudo.

                E foi só então que eu percebi o  quanto eu sentia a falta dele. De manhã quando chegava do trabalho ou quando estava indo e insistia que eu tomasse café da manhã com ele, antes que eu fosse para a escola. De quando ficávamos de bobeira, jogados no chão da sala comendo besteiras e assistindo filmes ou seriados. De quando ele ainda morava comigo e a casa não era tão silenciosa e assustadora.

–Espero que esteja chorando apenas por saudade, princesa. – Emilio falou rindo e secando minhas lagrimas, que insistiam em cair sem parar.

–É sim, pai.

–Ótimo! – Disse sorrindo e pegando minha mala. – Agora me conte!

–Sobre?

–A garota que conversei, pelo menos, oito vezes pelo telefone. Natália é claro!

                Rindo, comecei a falar sobre Natália para meu pai. E para ser sincera, era como falar sobre o que eu mais gostava no mundo.

–Acho que ela de TPM é literalmente a mulher mais bipolar que eu convivo. Uma hora ela está rindo e na outra chorando ou brava, e é muito engraçado quando ela fica brava! Seu rosto e seu pescoço ficam muito vermelhos e eu acabo, por um pouco de medo também, a pegando no colo e levando para o banheiro abrindo o gelado, o que é claro nunca é bem recebido, afinal ela não é muito fã de banho gelado só quando está muito calor.

“Então ela briga comigo e eu só consigo sorrir, por que quando ela para de ficar vermelha eu finalmente posso ver os pequenos detalhes e todos eles me encantam demais. O jeito que ela começa a mexer no cabelo de modo nervoso; o tick que ela tem de ficar apertando a orelha ou mordendo a almofada do dedão, ou o lábio inferior o que me tira do sério. E quando tudo passa por vingança ela me faz assistir um filme que sabe que vou chorar, mas quem acaba chorando mais ainda é ela e isso é muito engraçado. Ela reclama que o rosto dela está inchado e que vai ficar parecendo alguém que levou um monte de picada de varias abelhas, mas no final ela continua linda como sempre e eu sempre digo isso a ela.”

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