Books boy • Sanatorium 1

04.Capítulo Vinte e três. Eu amo você.

-Seus exames estão mais limpos do que nunca senhora Kate. Seu corpo e sua mente são muito saudáveis. 

Isso estava errado. Muito errado. Estou enlouquecendo, perdendo o juízo total, e ela me diz que estou bem? Não! Isso não pode estar certo! 

-Eu quero uma psicóloga. Pra hoje, agora de preferência! Olha, eu vim até aqui porque me disseram que era a melhor, e me surpreendi! Sei que tem algo comigo, algo está acontecendo, e eu quero que seja descoberto antes de ser tarde demais! -Praticamente gritei. Um mês atrás, eu nunca agiria assim. Não falaria em um tom como esse, nem mesmo falo em voz alta, gritar pra mim era impossível. Dizer a alguém, que ele estava errado, é ainda mais raro. No entanto, depois que um homem apareceu em minha cabana em plena madrugada, tudo se tornou estranho. Meu comportamento principalmente. -Uma psiquiatra! Uma psiquiatra seria melhor! 

Escutei a senhora Jeon suspirar e me mostrar meus exames novamente. Ela me explicou que eu não tenho simplesmente nada. Uma gripe talvez, pelo nariz congestionado, alergia a amendoim, e ansiedade, como eu já estava ciente, diferente disso, nada. Não tenho esquizofrenia, câncer terminal, leucemia, doença renal, gastrite, meningite, hepatite, e com certeza, não tenho AIDS ou qualquer doença sexualmente transmissível. Nesse momento, ela entrou em um assunto delicado. 

-Como profissional, e como uma boa amante da cama, eu digo que esse seu problema pode ser estresse e tesão acumulado. Você já está com 32 anos minha querida, e nunca transou. O sexo não é apenas para reprodução, ele alivia o estresse, ajuda na circulação e desentope esse seu nariz. Acredite, você só precisa transar. 

Eu concordo. Meu problema também envolve muito tesão acumulado mas não é o principal motivo. Não sei como dizer que meu personagem principal de um livro erótico se tronou real e vem atormentando minha vida com um papo estranho de querer fazer as coisas darem certo dessa vez. Depois de eu o expulsar da minha cabana a um mês atrás, pensei que as coisas retornariam ao seu eixo. Tudo parecia querer se restabelecer. Entretanto, ele bateu na minha porta pela manhã com uma cesta de chocolate, na seguinte, com um urso de pelúcia enorme, na terceira, com uma caixa cheia de livros que eu já possuía, na quarta, pensei que ele finalmente tinha desistido depois que eu não abri nas passadas, mas ele me surpreendeu com um buquê de rosas vermelhas. 

Exatamente como ele fez com o Soran. Todos os presentes, da mesma forma e do mesmo jeito. Todos com o mesmo objetivo. Conquistar a garota. Ele só está fazendo o que foi criado pra fazer. E no começo, eu pensei até em aceitar. Pensei que, era o que eu sempre quis. Ele, comigo e me tratando como tratava Soran. Pensei que abrir a porta no vigésimo primeiro dia. Então eu me lembrei, ele só estava fazendo o que tinha de fazer. Não era por mim, ou porque me queria, era porque eu o projetei assim. 

Pensando dessa forma, eu surtei. Destruí completamente meu quarto. Minha cama estava quebrada, meu guarda-roupa sem uma porta, a lâmpada sumiu e a parede ficou manchada com as poucas maquiagens que arremessei nela. Surtei completamente. Ele era real ou não? É meu ou não? É Kim Taehyung ou não? Tive muitas perguntas e poucas respostas. Ao notar o estado em que fiquei, eu decidi que era hora de buscar ajuda. Eu preciso de ajuda. Não de ouvir "você está bem". 

-Por favor, refaça os exames, marque outros, peça uma tomografia, um raio-x, eu não sei! Existem vários exames, faça alguns! Quero descobrir o que tem de errado comigo e sei que não é só falta de sexo! 

Estou doente. Sei que estou. Precisam acreditar em mim e me dar um solução logo. Quanto mais tempo passa, mais louca eu fico. Mais vontade de quebrar algo eu tenho. Não durmo direito a quatro semanas, mal sei o que é uma noite de sono completa. Estou praticamente virada já fazem uns três dias. Nem mesmo cochilar estou conseguindo. Reli todos os meus livros, contos e fanfics.